Em meio a rumores de que o Ministério das Finanças poderá apresentar uma proposta de alteração das actuais regras orçamentais para as áreas da saúde e da educação, limitando o crescimento real dos pisos destas duas áreas aos mesmos 2,5% ao ano estipulados no quadro fiscal, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu mais uma vez novos investimentos no segmento educacional.
Lula participou, no final da tarde desta terça-feira (11), da cerimônia de premiação da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), no Rio de Janeiro (RJ).
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“Não há país no planeta Terra que tenha conseguido desenvolver-se e crescer sem investir na educação. A educação é o oxigênio de uma nação. A educação é a nossa capacidade de nos tornarmos competitivos com qualquer país do mundo”, disse Lula.
Em sua 18ª edição, em 2024, o evento contou com mais de 18,3 milhões de participantes, do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. No total, 55,3 mil escolas públicas e privadas de 99,8% dos municípios brasileiros participaram da OBMEP.
O evento premiou 650 alunos com medalhas de ouro. Os medalhistas são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica (PIC Jr.), iniciativa que oferece bolsa de R$ 300 a alunos de escolas públicas integrantes do programa.
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“Havia muita descrença neste país em relação à tentativa de dar oportunidades aos jovens brasileiros, principalmente aos da periferia. Ainda há muita descrença sobre a qualidade das escolas públicas. E queríamos provar que não existe jovem mais inteligente porque o pai tem mais dinheiro ou porque a família tem mais bens. Todo mundo tem inteligência suficiente”, disse Lula. “O que faltava aos jovens era oportunidade. Era abrir a porta e dizer: entre, a casa é sua.”
No seu discurso, o Presidente da República disse ainda que “não quer prejudicar filho de ninguém”. “A única coisa que quero é que todos, sem distinção, tenham a mesma chance de disputar as mesmas coisas, para que possamos ver quem é quem”, disse Lula.
“A elite econômica que governa este país desde que Cabral pisou aqui e usurpou as terras dos povos indígenas brasileiros nunca se importou com a educação. Ele nunca levou em conta a questão das universidades”, criticou o petista.
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Lula também chamou a atenção para a importância do trabalho dos professores em sala de aula. “Depende da vontade do aluno e também da capacidade do professor. Precisamos aprender que o papel importante do professor na sala de aula não é apenas ensinar o currículo. Além de ministrar as disciplinas que tem para lecionar, o professor tem que garantir que o aluno esteja motivado para frequentar a escola”, defendeu.
Criada em 2005, durante o primeiro mandato de Lula como Presidente da República, a Olimpíada Brasileira de Matemática nas Escolas Públicas é promovida com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC).
Além de Lula, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD)e os ministros Camilo Santana (Educação) Isso é Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação).
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Este foi o segundo dia consecutivo que Lula teve agendas relacionadas à educação. Na segunda-feira (10), o presidente anunciou investimentos de R$ 5,5 bilhões para o setor, por meio de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
Lula também pediu o fim da greve dos servidores das universidades e institutos federais, iniciada há quase 2 meses.
Limite de gastos
Segundo reportagem publicada nesta terça-feira (11), pelo jornal Folha de S.PauloA ideia da equipa económica é que o crescimento real dos pisos da saúde e da educação se limite aos mesmos 2,5% estipulados no quadro fiscal.
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O Tesouro também analisa possíveis alterações nas regras de alguns benefícios previdenciários, incluindo o benefício por invalidez temporária (antigo auxílio-doença), que seria desvinculado do salário mínimo.
As medidas foram desenvolvidas pelos Ministérios das Finanças, Fernando Haddad (PT)e Planejamento e Orçamento, de Simone Tebet (MDB). A própria ministra defendeu recentemente a dissociação do salário mínimo de algumas das maiores despesas do governo, como o salário mínimo para aposentadorias e pensões, abono salarial, seguro-desemprego e Benefício de Prestação Continuada (BPC). Os temas são sensíveis ao PT e as propostas foram criticadas pelo presidente nacional do partido Gleisi Hoffmann (PR).
O governo Lula tem sido pressionado para apresentar medidas de ajuste fiscal do lado das despesas, o que ainda não ocorreu e é apontado como um ponto fraco no quadro fiscal. Até agora, após 1 ano e meio de gestão do PT, o Executivo tem-se concentrado em encontrar soluções mais recentes para equilibrar as contas.
Questionado sobre o assunto, o ministro da Fazenda, Haddad, afirmou que há “vários cenários” discutidos em relação aos gastos do governo, mas que nenhum ainda foi levado a Lula.
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