O apresentador de televisão José Luiz Datena deverá ser lançado, ainda esta semana, como pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo (SP).
Embora a data ainda não tenha sido anunciada oficialmente, lideranças tucanas garantem que o jornalista, desta vez, não desistirá de entrar na disputa eleitoral e será o nome do PSDB para a sucessão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Caciques partidários dizem que o candidato “bateu o martelo” nos últimos dias e decidiu se candidatar a prefeito.
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O relatório do InfoMoney apurou que o lançamento do Datena deve ocorrer na quinta (13) ou na sexta (14), no final da manhã. O evento deverá contar com a presença das principais lideranças do partido em São Paulo e também em nível nacional.
É esperada a presença do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo (GO)e o deputado federal Aécio Neves (MG) – que concorreu à Presidência da República nas eleições de 2014.
Desde que foi fundado em 1988, o PSDB sempre teve candidato próprio nas eleições municipais de São Paulo. O partido elegeu três prefeitos: José Serra (em 2004), João Doria (2016) e Bruno Covas (2020). Ricardo Nunes, atual prefeito, era vice-presidente de Covas e assumiu a presidência da Câmara com a morte do tucano, em 2021.
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Datena foi considerado vice-presidente de Tabata
Datena era cogitado para ocupar o cargo de vice na chapa liderada pelo deputado federal Tabata Amaral (SP), pré-candidato do PSB a prefeito da capital paulista. Em abril, apenas 4 meses após ingressar no PSB, Datena migrou para o PSDB, num acordo que supostamente atrairia os tucanos para a chapa do parlamentar.
Apesar das especulações de que poderia ser vice-presidente de Tabata, Datena nunca anunciou publicamente sua candidatura. Desde que trocou de partido o apresentador vinha sofrendo pressão de nomes como Aécio Perillo e do governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB)liderando a passagem tucana na maior cidade do Brasil.
O presidente do diretório paulista do PSDB, o ex-senador José Aníbal (SP), é um dos nomes cotados para ser candidato a vice-presidente em uma possível chapa de “sangue puro” liderada por Datena. Outra hipótese seria tentar convencer Tabata a desistir da candidatura e se tornar vice do apresentador – mas essa possibilidade é considerada quase nula, segundo dirigentes do PSB.
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Em entrevista com InfoMoneyEm abril, Aníbal já afirmava que o PSDB queria “recuperar o seu protagonismo” nas eleições autárquicas. “Não podemos permitir que usem o nosso partido para negociar acordos políticos aqui ou ali e não tenham um papel de liderança no processo. Temos que falar, nos posicionar e dizer o que o partido acha que seria importante para a cidade de São Paulo”, afirmou.
O apresentador da TV Bandeirantes já esteve envolvido em 10 partidos em sua carreira política, embora nunca tenha se candidatado. Antes de sair do PSB pelo PSDB, Datena já fez parte de PT, PP, PRP, DEM, MDB, PSL, PSD, União Brasil e PSC – numa verdadeira “montanha-russa” partidária.
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relacionamento antigo
Nas eleições municipais de 2020, Datena esteve muito próximo de ser companheiro de chapa do então prefeito Bruno Covas (PSDB), que buscou renovar seu mandato. Na época filiado ao MDB, teve uma série de conversas com Covas, que se empolgou com a possibilidade de ter o apresentador como vice-presidente.
Na reta final, Datena – autor de bordões que se tornaram icônicos na TV como “Quero ‘ibagens’”, “coloca na tela”, “é só nosso” e “me ajuda aí, cara” – recuou mais uma vez , alegando que a TV Bandeirantes havia pedido para que ele permanecesse na emissora. O candidato a vice na chapa era Ricardo Nunes (MDB), que acabaria assumindo a prefeitura após a morte de Covas, em 2021, e agora busca a reeleição.
Ao ingressar no PSDB, Datena relembrou o episódio e disse que errou ao não aceitar o convite de Covas. “Deixei de ser vice-prefeito dele e acho que foi a pior coisa que fiz. Acabou caindo no colo do atual prefeito, que transformou São Paulo no que vi chegando aqui hoje”, disse.
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De Lula a Bolsonaro, de Boulos a Doria
A vida político-partidária de Datena começou no Partido dos Trabalhadores, a partir Luiz Inácio Lula da Silva. O jornalista foi petista durante 23 anos, entre 1992 e 2015, e sempre se alegrou publicamente pela amizade que dizia ter por Lula.
As acusações de corrupção que abalaram o PT, especialmente após a eclosão da Operação Lava Jato e do escândalo do “petrolão”, separaram Datena dos petistas. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL)abordou o então Presidente da República – a quem entrevistou algumas vezes e com quem mantinha reuniões regulares, inclusive no Palácio do Planalto.
Em 2022, quando estava no PSC, Datena foi cogitado novamente como candidato ao Senado, possivelmente com o apoio de Bolsonaro e do então candidato a governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – hoje governador do estado. Bolsonaro chegou a dizer que havia “fechado com Datena”, porém, horas depois dessa declaração, o apresentador agradeceu o apoio, mas desistiu da disputa.
As idas e vindas de Datena na política também o aproximaram de nomes como deputado federal Guilherme Boulos (PSOL)pré-candidato a prefeito de São Paulo, e o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
Em abril do ano passado, Datena apareceu em um vídeo ao lado de Boulos, no qual conversavam sobre o cenário eleitoral na capital paulista. “Se você apoiar o PT e a gente se candidatar, se você falar para o Lula ‘quero o Datena como vice e sinto muito’, podemos sair”, disse o jornalista, na gravação. Após o vazamento do vídeo, Datena negou ter pedido para ser vice de Boulos.
Em 2022, o apresentador também foi especulado para ser vice-presidente na chapa de Ciro Gomes à Presidência da República. Os dois se reuniram para discutir o assunto, mas as conversas não foram adiante.
Por fim, José Luiz Datena já declarou apoio, em 2021, ao ex-governador de São Paulo João Dória (na época, no PSDB) para a Presidência da República. O jornalista foi apresentado como pré-candidato a senador pelo União Brasil, com apoio dos tucanos paulistas, mas desistiu da disputa depois que Doria desistiu da candidatura presidencial por não ter obtido apoio interno dentro do partido. “Doria fez o movimento errado novamente. Ele deixa de ser o traído pelo PSDB e trai Rodrigo Garcia. Consequentemente, não tenho mais nenhum compromisso com essa passagem”, afirmou Datena na ocasião.
Sobre sua filiação ao PSDB, 11º partido de sua biografia, Datena disse estar honrado e feliz com a nova oportunidade na política, mas não foi assertivo ao comentar a possibilidade de concorrer ao cargo em outubro. “O futuro pertence a Deus. Por que eu convidaria Tabata para vir aqui se penso diferente? Mas não depende apenas de nós”, disse ele. responder.”
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