O presidente da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Wilson Luiz Senememinimizou, nesta quinta-feira (6), denúncias sobre supostas fraudes nos resultados de jogos do Campeonato Brasileiro.
Em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado Federal, Seneme afirmou que as acusações feitas pelo acionista majoritário do Botafogo, John Textor, não merecem credibilidade.
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“Em termos de CBF, zero. Dou a ele zero por cento de chance. Com a experiência que tenho, não vi ou identifiquei nenhuma ação que pudesse dar a menor referência e transformá-la em algum tipo de manipulação de resultados. Ocorrem erros de arbitragem. Mas transformar um erro de arbitragem em denúncia por manipulação de resultado, a meu ver, é uma ação irresponsável”, afirmou.
Seneme respondia a pergunta do presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO). O parlamentar reforçou as críticas ao empresário norte-americano.
Se ele [Textor] Se ele não provar absolutamente nada, deve ser banido do futebol brasileiro e expulso do país por toda bagunça que está criando”, disse Kajuru.
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O diretor do Botafogo denunciou a suposta manipulação de imagens pelo vídeo-árbitro assistente (VAR) durante jogo entre o time carioca e o Palmeiras. O relator da CPI, senador Romário (PL-RJ)questionou Seneme se o sistema utilizado pela CBF é confiável.
“VAR não é o VAR do Brasil. É o VAR da FIFA. A forma como a tecnologia VAR funciona e como os árbitros funcionam é a mesma na China, Japão, Inglaterra, Paraguai, Brasil e Argentina. É um padrão único”, explicou o presidente da Comissão de Arbitragem.
Seleção de imagem
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) exibiu imagens publicadas por John Textor em uma rede social. O vídeo faz referência à partida entre Botafogo e Palmeiras que resultou na expulsão de um atleta do clube alvinegro. Segundo Textor, os árbitros do VAR não exibiram ao árbitro de campo imagens que poderiam ter evitado a expulsão.
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Portinho ressaltou que não cabe à CPI discutir a interpretação de um juiz sobre determinado movimento. Mas criticou o protocolo da CBF que permite aos operadores do VAR selecionar quais imagens serão mostradas ao árbitro de campo.
“Uma imagem que não foi mostrada mostra o jogador do Botafogo tocando primeiro na bola. O que está acontecendo, na minha opinião, é uma interferência da cabine do VAR. O que estou discutindo aqui é a manipulação de imagens. Por que essa imagem não foi para campo, já que as câmeras a possuíam? Dizer que a cabine do VAR não é obrigada a dar ordens torna ainda mais grave a necessidade de investigação”, defendeu o parlamentar.
Apostas
Para o senador Eduardo Girão (Novo-CE), que presidiu o Fortaleza em 2017, as ações das plataformas de apostas esportivas prejudicam o futebol. O parlamentar criticou o patrocínio de empresas de apostas em competições promovidas pela CBF.
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“O conflito de interesses, para mim, é muito claro. Eu, como presidente do clube, sou terminantemente contra. Acho que estamos matando a galinha dos ovos de ouro do futebol. As pessoas não sabem se estão assistindo a um jogo real ou pré-combinado. E o pior: muitos brasileiros [estão] estar endividado”, afirmou.
A audiência pública contou ainda com a participação do Diretor de Governança e Compliance da CBF, Hélio Santos Menezes Júnior. Ele citou medidas adotadas pela entidade para evitar episódios de manipulação de resultados. Entre eles, acordos de colaboração entre a CBF, a Polícia Federal e os Ministérios Públicos da União e dos estados.
Após a sessão, os parlamentares participaram de uma reunião secreta. Na parte reservada do encontro, representantes da CBF apresentariam detalhes sobre o funcionamento do VAR.
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