O Senado aprovou, nesta quarta-feira (5), o projeto de lei (PL) que, entre outros pontos, estabelece tributação sobre compras internacionais de até US$ 50. Como a redação original do PL foi alterada, o texto volta à Câmara dos Deputados.
Durante a votação, os senadores aprovaram um destaque, ou seja, uma sugestão de mudança, para reinserir no texto a tributação sobre compras internacionais. O trecho havia sido retirado do projeto pelo relator, Rodrigo Cunha (Podemos-AL).
A votação sobre a tributação de bens importados – incluída como uma tartaruga no projeto de lei Mover – foi simbólica. Mais cedo, o texto-base do Mover foi aprovado no plenário por 67 votos a favor e nenhum voto contra.
O destaque foi assinado pelos líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); do PSD, Otto Alencar (BA); do MDB, Eduardo Braga (AM) e do PT, Beto Faro (PA).
A aprovação do destaque sinaliza o cumprimento do acordo que o governo assinou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tributar as compras em 20%. A ideia original dos deputados era de uma alíquota maior, de 60%, e um patamar menor foi alcançado durante as negociações.
Oposição tenta aliviar indústria nacional
Embora a votação tenha ocorrido de forma simbólica, alguns parlamentares da oposição pediram o registro de voto contra a tributação de bens importados:
- Mecias de Jesus (Republicanos-RR);
- Alessandro Vieira (Podemos-SE);
- Jaime Bagattoli (PL-RO);
- Cleitinho (Republicanos-MG);
- Marcos Rogério (PL-RO);
- Eduardo Girão (Novo-CE);
- Rodrigo Cunha (Podemos-AL);
- Carlos Portinho (PL-RJ);
- Rogério Marinho (PL-RN);
- Irajá (PSD-TO);
- Wilder Morais (PL-GO);
- e Romário (PL-RJ).
A oposição também tentou aprovar dois destaques que sugeriam isenções fiscais para a indústria nacional. Os pedidos foram apresentados pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O parlamentar sugeriu isenção de impostos para compras de produtos fabricados em território brasileiro feitas por pessoas físicas em estabelecimentos nacionais, desde que a mercadoria não ultrapasse o valor de 50 dólares convertidos em reais. O destaque foi rejeitado.
Relator foi contra tributação
O projeto de lei em análise cria o programa Mobilidade Verde (Mover), que trata de incentivos à indústria automotiva. O dispositivo sobre impostos de importação de até US$ 50 foi incluído na Câmara, e é considerado uma “tartaruga” entre os parlamentares —quando trechos estranhos ao texto original são incluídos em uma proposta.
No Senado, o relator da proposta, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), chegou a retirar o trecho do projeto. O parlamentar afirmou que a questão das importações “não tem relação com o programa Mover”. “Entendemos que a tributação na forma sugerida vai contra os regimes existentes em outros países”, disse Cunha no parecer divulgado nesta terça-feira (5).
A ação de Cunha pegou de surpresa os parlamentares, que defenderam o texto de acordo com o acordo firmado na Câmara dos Deputados. Na noite desta terça, Jaques Wagner, líder do governo no Senado, afirmou que o governo não foi informado previamente sobre a alteração feita por Cunha no relatório.
Programa Mover
O programa Mover foi criado pelo governo em dezembro passado, por meio de medida provisória. Portanto, a iniciativa está em vigor desde que foi instituída, mas as regras só entram em vigor após aprovação pelo Congresso.
O projeto visa apoiar:
- Desenvolvimento tecnológico;
- competitividade global;
- descarbonização;
- e a inovação de automóveis, caminhões e autopeças.
O Mover prevê R$ 19,3 bilhões em créditos financeiros entre 2024 e 2028, que poderão ser usados pelas empresas para reduzir tributos federais em troca de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e projetos de produção.
Compartilhar:
Fonte
emprestimos rio de janeiro
easycrédito empréstimo
bpc pode fazer empréstimo consignado
simulação emprestimo para aposentado
empréstimo para aposentado negativado
empréstimos noverde
valor do empréstimo
emprestimo consignado negativado