O Observatório Nacional (ON) tem contribuído com dados para o monitoramento da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas). A região compreende o Sul e o Sudeste do Brasil.
Amas é caracterizada por uma intensidade mais fraca do campo magnético terrestre, e seu crescimento em direção ao oeste tem atraído a atenção dos cientistas. Mas, segundo a instituição, Amas não apresenta motivos para preocupação.
Para monitorar as informações, o ON conta com dois observatórios. Um deles, Tatuoca, fica em uma ilha de Belém, no Pará; a outra, chamada Vassouras, fica no interior do Rio de Janeiro. A ON também possui estações magnéticas distribuídas por todo o país.
O Observatório de Vassouras, em funcionamento contínuo desde 2015, desempenha papel fundamental no estabelecimento de modelos globais e na compreensão da origem dos Amas. É um complemento às missões de satélite que registram o campo magnético.
Os dados vindos do Brasil sobre a anomalia são importantes porque abrangem uma área onde há poucos dados magnéticos disponíveis. Desta forma, o país encontra-se numa posição privilegiada para desenvolver estudos em geomagnetismo.
O tecnólogo sênior do Observatório Nacional, André Wiermann, em nota do ON, explicou que o movimento da anomalia é lento e gradual. “Este processo é contínuo e não afeta significativamente a vida das pessoas na Terra”, afirma.
É normal que o campo magnético da Terra seja diferente dependendo da sua localização e estação do ano.
O campo magnético atua como um escudo protetor contra a radiação cósmica e o vento solar que atingem o planeta. Assim como na região de Amas, essa proteção é mais fraca, as partículas podem entrar com mais facilidade.
Mas isso não é motivo para alarme, segundo Wiermann, já que os principais impactos são sofridos pelos satélites.
Além disso, a Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (NASA) e a Agência Espacial Europeia (ESA) monitorizam a anomalia.
Segundo a NASA, analisar o fenômeno é importante para compreender os mecanismos que produzem o campo magnético da Terra, bem como suas alterações.
Devido ao monitoramento da área, até os satélites já estão preparados para lidar com o campo magnético mais fraco da anomalia.
“Quando os satélites passam pela região de Amas, eles podem entrar em stand-by (modo de espera) para não sofrerem nenhum dano. É como um eletrodoméstico: caso haja oscilação no fornecimento de energia elétrica, o famoso ‘pico de luz’, é recomendado que o eletrodoméstico seja desligado para não queimar”, afirma o tecnólogo.
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