A Estapar, empresa da rede de estacionamentos, informou que não indenizará os proprietários de veículos danificados pelas enchentes que atingiram o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e outros estacionamentos administrados pela empresa próximos, como o Hotel Deville Prime.
Numa nota enviada a CNN nesta quarta-feira (29), a Estapar “lamentou profundamente a situação”, destacando que o acontecimento foi de “magnitude sem precedentes e que seus efeitos não poderiam ser evitados ou prevenidos”.
Segundo a Estapar, a legislação brasileira atual não atribui responsabilidade à empresa por danos sofridos aos veículos em decorrência de desastres naturais.
A empresa destacou que sua equipe jurídica está trabalhando com a equipe de atendimento para esclarecer as questões jurídicas e a evolução do incidente.
A Estapar informou ainda que não cobrará estacionamento de veículos atingidos pela enchente do Guaíba.
A CNN solicitou explicações se outros estacionamentos administrados pela Estapar foram afetados fora da região aeroportuária e aguarda retorno.
A CNN também entrou em contato com o Procon do Rio Grande do Sul para comentar o posicionamento da empresa e aguarda resposta.
Porto Alegre ainda enfrenta sérios problemas quase um mês após o início das enchentes, com centenas de carros submersos em diversas áreas. Muitos proprietários ainda não conseguiram chegar aos seus veículos.
O Aeroporto Salgado Filho permanece fechado, sem planos de reabertura.
Especialista diz que é preciso avaliar a extensão da cobertura
O advogado e professor do MEU CURSO EDUCACIONAL e Membro da Comissão Nacional de Defesa do Consumidor do Conselho Federal da OAB, Marco Antônio Araújo Júnior, explicou ao CNN que é preciso saber se a empresa comunicou aos clientes a extensão da cobertura e que estacionamento é uma “espécie de contrato de depósito”.
“Nesse contrato, a empresa fornecedora tem o dever de zelar pelo que foi depositado e ressarcir caso haja algum prejuízo ao consumidor. Obviamente, num caso como o de Porto Alegre, onde há grandes alagamentos, não por culpa do fornecedor, mas por evento natural, podemos considerar a hipótese de exclusão de responsabilidade por motivo de força maior. Por outro lado, é necessário avaliar se a empresa possuía seguro de responsabilidade civil, muito comum nesta atividade, e se comunicou esse seguro aos clientes, incluindo a extensão da cobertura. Muitas apólices de seguro oferecem cobertura em caso de desastres naturais, inundações e inundações. E é dever do fornecedor esclarecer a existência de um contrato de seguro e a cobertura desse contrato”, explicou.
FOTOS – Porto Alegre após quase um mês de enchentes
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Bomba de drenagem flutuante funciona na Vila Farrapos, em Humaitá, zona norte de Porto Alegre (RS)
Crédito: Miguel Noronha/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 28 de maio de 2024 -
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Vista da Vila Farrapos, em Humaitá, zona norte de Porto Alegre (RS), em 28 de maio de 2024
Crédito: Miguel Noronha/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 28 de maio de 2024 -
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Após semanas, água recuou na região da Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Crédito: Miguel Noronha/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 28 de maio de 2024 -
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Congestionamento no acesso a Porto Alegre pela BR-290, Rodovia, na Avenida Castelo Branco, no caminho para o chamado “corredor humanitário”
Crédito: Miguel Noronha/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 28 de maio de 2024 -
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Situação do Cais Mauá, em Porto Alegre, em 28 de maio de 2024
Crédito: Divulgação/Prefeitura Municipal de Porto Alegre -
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Corredor de acesso a Porto Alegre passa por novos reparos e buracos na via causam congestionamento
Crédito: Miguel Noronha/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 28 de maio de 2024 -
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Vista dos elevados da Vila Farrapos, zona norte de Porto Alegre (RS)
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Prédio do INSS em Porto Alegre permanece fechado devido a alagamentos
Crédito: Evandro Leal/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 28 de maio de 2023
A empresa lamenta profundamente a situação que afetou o Rio Grande do Sul e suas operações. Tratando-se de um acontecimento de magnitude sem precedentes, cujos efeitos não foram possíveis de evitar ou prevenir, esclarece que não poderá responder a pedidos de indemnização por danos sofridos em veículos. Reforça que, de acordo com a legislação brasileira vigente, a empresa não se responsabiliza pelo ocorrido. Destaca ainda que sua equipe jurídica atua em conjunto com a equipe de atendimento para esclarecer as questões jurídicas que envolvem o assunto e suas consequências. A empresa permanece à disposição dos usuários pelo telefone 08000105560, bem como por outros canais de atendimento, encontrados no link: