O início dos eventos relacionados às fortes chuvas no Rio Grande do Sul completou um mês nesta quarta-feira (29). Os acontecimentos, considerados a pior tragédia climática da história do estado, causaram a morte de 169 pessoas. Mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas.
Segundo o último relatório da Defesa Civil, 471 municípios foram afetados, o que equivale a quase 95% de todas as cidades gaúchas. Clique aqui para ver a lista completa de locais.
O estado ainda tem 581.638 desabrigados e 44 desaparecidos.
88 mil pessoas sem energia
Após um mês de enchentes, 88 mil pessoas continuam sem fornecimento de energia no Rio Grande do Sul, segundo balanço da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgado na última terça-feira (28). As tempestades danificaram as linhas de transmissão; As torres desabaram e as estações foram completamente inundadas.
Na semana passada, quase metade das cidades gaúchas ainda apresentava problemas de energia elétrica. No início do mês, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que mais de 1 milhão de pessoas estavam sem energia elétrica, com 360 mil famílias afetadas.
Em uma das mais importantes centrais de fornecimento de energia da região metropolitana de Porto Alegre, a subestação Nova Santa Rita, a água estava quase 2 metros acima do pátio superior.
O governo estima que o prejuízo por danos às redes de baixa, média e alta tensão no Rio Grande do Sul ultrapassará R$ 1 bilhão.
80 mil pessoas resgatadas
Quase 80 mil pessoas foram resgatadas por agentes de segurança e voluntários de todas as regiões do Brasil. Além desses, mais de 12 mil animais também foram socorridos, encalhados em meio às enchentes.
O resgate do cavalo Caramelo em Canoas (RS) foi um marco entre as ações. O resgate ganhou destaque na imprensa internacional e se popularizou como símbolo da resistência da população gaúcha.
Depois de alguns dias de trégua, a chuva voltou a cair em Porto Alegre (RS) na semana passada. Com as ruas alagadas, o Exército retomou as operações de resgate na capital gaúcha. Os moradores que voltaram para casa tiveram que deixar suas casas novamente.
Em Pelotas, as áreas foram evacuadas novamente e o mapa de risco da cidade foi ampliado na última sexta-feira (24).
21 mil toneladas de doações
Até o dia 23 de maio, os Correios enviaram 21 mil toneladas de doações às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul.
Mais de 4 mil toneladas foram entregues à Defesa Civil do estado, que distribuiu cerca de 1 milhão e 600 mil litros de água, mais 220 quilos de alimentos e cerca de 182 mil cestas básicas até esta terça-feira (28).
100 mil alunos sem aulas
Em todo o estado, 1.077 escolas foram afetadas em 250 municípios. Mais de 390 mil alunos foram impactados com a suspensão das atividades e 579 escolas foram danificadas, segundo a Defesa Civil.
Mais de 100 mil alunos ainda não regressaram às aulas até esta quarta-feira e quase 76 mil deles não deverão regressar.
Acesso à água
Somente no dia 24, mais de três semanas após o início das fortes chuvas, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) retomou totalmente o abastecimento de água no Rio Grande do Sul.
Antes disso, cerca de 90 mil pessoas ficaram sem água durante três semanas. No pior momento das enchentes, mais de 854 mil pessoas ficaram sem comida em todo o estado. Cerca de 43 escolas servem de abrigo para as vítimas das enchentes.
47,6 mil pessoas em abrigos
O balanço mais recente do governo do Rio Grande do Sul mostra que 47,6 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e ficar em abrigos. Cerca de 17 famílias completas estão desabrigadas e mais de 14 mil crianças e adolescentes estão na mesma situação.
Cerca de 2 mil pessoas com deficiência e 7 mil idosos também estão em um dos mais de 800 abrigos em 95 cidades do estado.
67 bloqueios de estradas
Cerca de 67 trechos de rodovias estão com fechamento total ou parcial em 36 rodovias, entre estradas, pontes e barcas, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No dia 29 de abril, apenas quatro trechos da BR-386, que liga Canoas (RS) a Iraí (RS), tinham água na estrada. Com o agravamento da situação, em apenas cinco dias, 63 pontos ficaram total ou parcialmente bloqueados por causa da água.
A recuperação da malha viária gaúcha deve custar cerca de R$ 2,5 bilhões, segundo estimativas de autoridades gaúchas e do governo federal.
Rios continuam em situação crítica
As novas tempestades que atingiram novamente a região reduziram a velocidade de escoamento das bacias que estão inundadas. Veja lagos e rios acima do nível de inundação:
- Lago Guaíba: 3,87 m (cota da enchente: 3,60 m)
- Rio dos Sinos: 4,88 m (nível de inundação: 4,50 m)
- Rio Gravataí: 5,35 m (nível de cheia: 4,75 m)
- Lagoa dos Patos: 2,33 m (nível de inundação: 1,30 m)
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