O casal Renato e Aline Openkoski, conhecidos e investigados por promoverem a campanha ‘AME Jonatas’, foram presos na última quarta-feira (22) no município catarinense de Joinville. Eles estavam foragidos e foram presos pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCami).
O filho do casal, Jonatas, foi diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME), doença degenerativa rara que levou os pais a criarem uma campanha para arrecadar fundos para o tratamento da criança, que acabou falecendo em 2021.
Renato e Aline são acusados de desviar cerca de R$ 3 milhões em doações, além de usar o dinheiro para comprar um carro de R$ 140 mil e gastar em luxos. O casal será indiciado pelos crimes de peculato e apropriação de bens, com penas cumulativas de até 70 anos de prisão.
À frente da defesa do casal, o advogado Emanoel Stopassola afirma que “o devido processo legal será defendido com amplo território de defesa e todos os meios de prova e recursos inerentes”.
Cronologia do caso
Nascido em 2016, o pequeno Jonatas Openkoski foi diagnosticado em 2017 com AME, atrofia muscular espinhal. No mesmo ano, os pais da criança, Renato e Aline Openkoski, criaram a campanha chamada ‘AME Jonatas’ para custear o tratamento do menino. A campanha foi um sucesso e diversas celebridades promoveram a causa da família.
Em janeiro de 2018, a DPCAMI de Joinville começou a investigar a campanha por suspeita de desvio de recursos a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que recebeu informações de que os pais da criança usavam o dinheiro arrecadado para pagar luxos. Na época, a família negou qualquer irregularidade.
Dois meses depois, em março do mesmo ano, a Justiça bloqueou os valores arrecadados na campanha e a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do casal. Cerca de R$ 3 milhões, um veículo no valor de R$ 140 mil que estava em nome de Renato e Aline e diversos produtos e roupas de marcas famosas foram apreendidos e mais de 20 pessoas foram entrevistadas.
Ainda durante as investigações, o pai de Jonatas, Renato Openkoski, foi candidato a deputado estadual pelo PDT usando o nome de ‘Renato Pai do AME Jonatas’ para tentar se eleger. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, foram destinados mais de R$ 24 mil à campanha, que terminou com menos de 200 votos.
A condenação do tribunal ocorreu em 2022, após a morte da criança. O casal fugiu de Balneário Camboriú, onde moravam, e foi localizado no Morro do Meio, bairro de Joinville, após trabalhos de inteligência, investigação e campanhas promovidas pela DPCAMI. Ambos foram encaminhados ao sistema penitenciário catarinense.
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