Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram 119 pontos de captação de água no Rio Grande do Sul e alertaram que muitos estão localizados próximos ou diretamente dentro de áreas alagadas, o que pode comprometer a qualidade e a segurança da água.
“Este cenário representa riscos significativos para a saúde pública, uma vez que a contaminação da água potável é uma das consequências mais graves das inundações”, afirma o estudo. As restrições às áreas devido a inundações também podem dificultar o fornecimento de água às pessoas afectadas.
A análise foi baseada em dados da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental (CGVAM) por meio da Vigiágua e das áreas atingidas pela enchente e divulgados nesta terça-feira (21)
Além do abastecimento diário de água, a nota técnica destaca ainda que estes pontos são vitais para as operações de resposta a emergências, de forma a oferecer recursos essenciais às comunidades e às operações de socorro.
Numa nota a CNNA Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) disse que a água captada no leito dos rios pelas estações da empresa passa por um rigoroso protocolo de tratamento e realiza 500 análises diariamente por estação.
3 mil estabelecimentos de saúde afetados
O documento mostra que 3 mil estabelecimentos de saúde (como hospitais, postos de saúde, farmácias e clínicas particulares) foram afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Veja os números de unidades afetadas:
- Escritórios isolados: 1170
- Clínicas especializadas e centros de saúde: 548
- Farmácias: 224
Relativamente aos impactos, os investigadores alertam para dificuldades operacionais em clínicas e centros de saúde para tratamento de condições crónicas e emergências médicas que não estejam diretamente relacionadas com a catástrofe. A procura por medicamentos ainda deverá aumentar “drasticamente”.
“Esta situação realça a necessidade de uma estratégia de saúde pública robusta que deve responder tanto às exigências imediatas durante uma catástrofe como reforçar a resiliência das infra-estruturas de saúde para eventos futuros”, afirma a nota.
O estudo acredita que os investimentos em melhorias físicas, a formação de pessoal para respostas rápidas e sistemas de comunicação eficientes serão vitais para garantir a integridade da saúde pública.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) foi questionada por CNN sobre o risco de contaminação da água e o impacto nas unidades de saúde e ainda não regressou.
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