O Rio Grande do Sul enfrenta o pior desastre climático de sua história, que já deixou 151 mortos e outras 540.192 pessoas deslocadas, segundo dados da Defesa Civil estadual. Em meio ao desespero, o povo gaúcho se viu abraçado por uma corrente de solidariedade com doações vindas de todo o país.
No entanto, os danos causados pelas chuvas destruíram pontes, fecharam estradas e dificultaram o socorro às vítimas. A cidade de Canoas, maior município da região metropolitana de Porto Alegre, foi uma das mais afetadas pela água no estado. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul, 27% de todas as mais de 79 mil pessoas estão em abrigos no estado.
É na cidade de Canoas que mora a família de José Luís Feiber, gerente regional de aeroportos da Azul. Mesmo com a angústia de ver familiares envolvidos nas enchentes, como seu sogro, resgatados após dois dias com a casa submersa, Feiber se colocou na linha de frente para ajudar seus conterrâneos.
A esposa de Feiber, Priscila, teve seu salão de beleza tomado pela enchente e a escola dos filhos passou a ser um dos 21.294 abrigos da cidade.
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Resiliência em meio ao desespero nas chuvas do Rio Grande do Sul
Crédito: Concedido -
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O gestor estava na capital quando as águas do rio Guaíba invadiram o centro da cidade. Ele falou da sensação que teve ao chegar ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, no dia 3 de maio, quando a operação foi suspensa. “A Azul começou imediatamente a enviar avisos aos Clientes para que não se deslocassem ao aeroporto. Isso foi um grande diferencial, ajudou muito, porque com menos passageiros circulando pelo terminal consegui me concentrar em outras demandas operacionais”, relatou.
No fim de semana, José Luís trabalhou diretamente no resgate de moradores e viveu algo que nunca imaginou: resgatou colegas de trabalho e familiares. O profissional ajudou a resgatar cerca de 50 tripulantes desabrigados. “Uma grande corrente foi formada para retirar a Tripulação das áreas de risco”, lembra Feiber. No total, a Azul conta com cerca de 600 tripulantes na base de Porto Alegre.
Em todo o país, foram criados mais de 500 pontos de coleta vinculados à Azul para arrecadar doações às vítimas das chuvas. Segundo números da empresa, mais de 1.650 toneladas de doações já foram recebidas em bases brasileiras e internacionais.
De Porto Alegre, a Feiber liderou voluntários e continua gerenciando a entrega das doações e o apoio necessário até que a situação seja minimamente restabelecida. Como exemplo de resiliência, José Luís trabalha diretamente na distribuição de bens a entidades necessitadas.
“A mobilização da equipe foi inspiradora. Mesmo aqueles que perderam tudo continuaram a ajudar ativamente, refletindo o forte espírito de solidariedade. Meu foco é continuar ajudando e liderando a equipe”, disse o gerente regional, funcionário da empresa desde 2008, sobre seu trabalho nos últimos dias.