A nutricionista Amanda Medice, de 22 anos, publicou uma “carta aberta” em suas redes sociais, na qual lamenta a morte do padrinho, o médico Leandro Medice Passos Costa, de 41 anos. Ele morreu na última segunda-feira (13) em um abrigo na cidade de São Leopoldo (RS), região metropolitana de Porto Alegre.
“O que você quer dizer???”, perguntou a jovem indignada ao falar sobre a morte do tio. Os dois tinham planos futuros de almoçar nos próximos dias e, segundo Amanda, a médica também tinha outros projetos que gostaria de realizar. “Morrer é ridículo”, escreveu ela.
“De um momento para o outro tudo acaba em infarto em meio à tragédia que você foi ajudar no Rio Grande do Sul”, completou a sobrinha em seu depoimento.
No aniversário de Amanda, em outubro do ano passado, o médico publicou em suas redes um depoimento para a sobrinha e também afilhada, a quem chamou de “filha”.
“Aniversário da minha filha! Minha pequena, minha princesa… 22 anos de pura alegria dessa que é minha cópia, minha sósia… ela gosta das mesmas coisas que eu e também não gosta das mesmas coisas… haha amo você! conte sempre comigo! A minha rapariga!” dizia a legenda da foto publicada por Leandro.
Ainda esta semana, o dermatologista Carlos José Cardoso publicou um vídeo em suas redes sociais comentando o ocorrido com o médico. Cardoso acompanhou Leandro na viagem ao sul do país
Últimas horas de vida
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O médico Leandro Medice Passos Costa, do Espírito Santo, foi encontrado morto em um abrigo em São Leopoldo (RS)
Crédito: Reprodução/redes sociais -
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O médico Leandro Medice Passos Costa, do Espírito Santo, foi encontrado morto em um abrigo em São Leopoldo (RS)
Crédito: Reprodução/redes sociais
Segundo Cardoso, horas antes de ser encontrado morto, Leandro parecia estar bem. A dupla saiu do Espírito Santo na madrugada deste domingo (12) para trabalhar, de forma voluntária, no atendimento às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul. No dia seguinte, Leandro foi encontrado morto.
A clínica onde Leandro trabalhava fez uma postagem em uma rede social informando que o médico sofreu um mal súbito. Segundo a dermatologista, porém, ainda não se sabe o que causou essa situação.
No último domingo, Leandro publicou um post anunciando sua viagem à cidade de São Leopoldo em missão humanitária para ajudar no atendimento médico à população gaúcha. “O sul precisa de nós, então saímos um pouco da rotina e do conforto do escritório”, disse.
Acordar e enterrar
O velório de Leandro acontece no cemitério Jardim da Paz, na Serra, no Espírito Santo. O funeral está marcado para as 10h desta quarta-feira (15).
Leia a carta completa escrita pela afilhada de Leandro:
“Carta aberta ao meu dindo:
Morrer é ridículo.
Você combinou o que almoçaríamos na semana seguinte, você tem planos de reformar sua casa, está preocupado com as contas, com ideias diversas para o instituto… e do nada, pela manhã, você morre. Assim??? E os e-mails que você não leu? sua toalha molhada no varal? suas roupas para lavar? o instituto para limpar? os pacientes? nossa família? Você passou mais de 10 anos estudando, se profissionalizando… você fez fisioterapia, medicina, se especializou em cardiologia, terapia intensiva, transplante capilar… De um momento para o outro, tudo acabou em infarto no meio da tragédia que você passou para ajudar no Rio Grande do Sul.
Morrer é uma loucura. Obrigou você a sair da festa no melhor horário, sem se despedir de ninguém, sem dar um último abraço ou um último “eu te amo”. Dindo, meu amor, éramos tão parecidos e nunca me imaginei escrevendo isso para você… Serei para sempre sua filha, sua cópia!
Te amo além da vida, com amor, sua filha do coração,
Amanda.”
*Sob supervisão de Bruno Laforé
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