A exposição “Brasília, a arte do Planalto”, inaugurada nesta quarta-feira (25), no Museu Nacional da República, mostra que a capital federal nasceu como uma obra de arte coletiva e permanece contemporânea.
Por ser uma cidade planejada desde a concepção, Brasília recebeu muito cuidado com o planejamento urbano, com os prédios públicos e até com a beleza do horizonte.
O antropólogo e primeiro reitor da Universidade de Brasília (UnB), Darcy Ribeiro, já dizia que a nova capital era o fruto mais maduro da cultura carioca em termos arquitetônicos e urbanísticos.
Uma cidade contemporânea que absorve influências de todo o país desde a sua criação. Na exposição é possível perceber o impacto do trabalho dos candangos e do diploma que o então presidente da República Juscelino Kubitschek lhes conferiu como construtores da capital.
Possui reprodução de esboço do Plano Piloto feito pelo urbanista Lúcio Costa, manuscrito do arquiteto Oscar Niemeyer sobre o memorial JK. Ao lado do paisagista Roberto Burle Marx e do designer Athos Bulcão, são os nomes mais lembrados quando o assunto é Brasília.
Ainda em relação à fundação da nova capital, parte da exposição retrata adultos e crianças —trabalhadores classificados como “demitidos por falecimento”. A instalação “Imemorial” é obra de Rosângela Rennó.
A exposição também reserva espaço para outras obras, bem como de gerações mais recentes. Artistas como Adriana Vignoli, Antonio Obá, Cildo Meireles, Edu Simões, Gregório Soares, Josafá Neves, Lêda Watson, Luiz Mauro, Maria Bonomi, Maria Martins, Mary Vieira, Milton Guran, Nicolas Behr, Osvaldo Carvalho, Ralph Gehre, Rubem são presente. Valentim e Thalles Lopes.
As obras são todas de brasilienses ou de artistas com alguma ligação com a cidade, explicou o curador da exposição, Paulo Herkenhoff.
“Brasília é uma cidade única na história do país, porque nasceu uma obra de arte, nasceu destinada a ser uma cidade extraordinária e essa característica fez com que fosse tombada pela Unesco. Ao mesmo tempo, Brasília representa, no meu entendimento, todo o ápice, todo o movimento da modernidade brasileira de meados do século XX, que surgiu e se consolidou em Brasília”, disse à CNN.
Pode-se dizer que Brasília é uma cidade de amplitude, de espaços divididos e de terra vermelha. Aspectos que se refletem nas obras, na avaliação da cocuradora Sara Seilert.
“O artista trabalha de acordo com o seu contexto. O contexto histórico, o contexto ambiental. Isso se reflete na produção. O céu, a vegetação, a realidade política. Tudo isso está no repertório dos artistas”, disse ao repórter.
A exposição é promovida pela Fundação Getúlio Vargas em parceria com o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
Está aberto de Terça a domingo, das 9h às 18h30. Vá para 24 de novembro e é grátis.
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