Um Escola particular da Baixada Santos é acusada de ter negligenciado práticas racistas com um aluno de apenas 4 anos. A criança relatou as situações ao pai, Miguel de Jesus, que as identificou como crimes raciais.
Michael protocolou na última quarta-feira (18) um pedido no Ministério Público de São Paulo para que o caso seja investigado pelo inquérito policial alegando que além de negligência escolar, houve violência psicológica. Segundo a denúncia, as situações ocorreram a partir de março deste ano.
A criança de 4 anos reclamava que os amigos não brincavam com ela, o pai achava que era algo relacionado ao convívio escolar, mas a filha continuava reclamando do isolamento.
Depois de um tempo, a criança contou que durante as aulas de balé na escola os colegas riam de seus cabelos crespos, depois a filha reclamou que os colegas disseram que ela cheirava a cocô.
Ao saber do caso, Michael pediu contato com a coordenação da escola, mas ressalta que nada de concreto foi apresentado. Ao conversar com a mãe de uma colega de classe de sua filha, MIchael descobriu que ela já havia alertado a escola, pois ouviu da menina que outras crianças da escola não a deixavam brincar com a menina por ela ser negra.
O pai cobrou ações mais concretas da escola. “A escola sabendo disso não adotou e não está adotando nada de concreto, nem me informou desses incidentes relatados pela mãe da colega de classe da minha filha”, afirma Michael.
Depois que eu os notifiquei por escrito, eles começaram a querer ouvir os pais das crianças envolvidas. Ressaltaram que as crianças precisam ter em casa uma educação que saiba lidar com as diferenças. Não sei exatamente qual é essa diferença, porque a maioria da população brasileira é negra. Não sei como a escola conseguiu chegar à conclusão de que somos diferentes
Miguel de Jesus, pai da vítima de racismo
Por ser negro, Michael destaca que já sofreu racismo em outras ocasiões, sempre soube lidar com isso, mas a situação envolvendo a própria filha saiu do controle. “Comecei a me colocar na situação dela e a imaginar o quanto foi doloroso para ela, com apenas 4 anos, não poder brincar com os amigos. Mesmo levando brinquedos para a escola às sextas-feiras, porque é dia de brinquedo, a maioria das meninas não queria brincar com seus brinquedos.”
Segundo Michael, após começar a conversar sobre o tema com outros pais de alunos, situações semelhantes foram relatadas. “O problema foi que, a partir do momento que expus a escola, algumas pessoas se aproximaram de mim. Tive acesso a conversas de outras mães em grupos de WhatsApp, que relataram que outras crianças já sofreram isso nesta escola.”
Outra questão que o motivou a registrar a denúncia no MP foi a percepção de que a escola não dava o valor necessário à questão do racismo. “Na reunião, o que me contaram me fez sentir que não têm ideia da proporção de violência que isso representa. Flexibilizaram essa violência, não conseguiram ver a escala e, naturalmente, não tomaram medidas para acabar com esse problema dentro do ambiente escolar.”
Procurado pela reportagem CNNa escola Objetivo Guarujá, se pronunciou em nota. Abaixo está o relatório completo;
O Colégio Objetivo Guarujá não tolera qualquer forma de preconceito. Trabalhamos em favor da diversidade, do antirracismo e de ambientes acolhedores e empáticos. E educamos para disseminar essa cultura. Por isso, mantemos canais de escuta e acolhimento para a comunidade escolar denunciar denúncias. Todos eles são imediatamente investigados de forma privada, com o cuidado e a atenção exigidos no trato com crianças.
No dia 2 de setembro fomos informados sobre uma possível situação de racismo entre crianças de 4 anos. Imediatamente iniciamos a observação técnica aprofundada da situação e começamos a trabalhar no sentido de reforçar a agenda da diversidade e do respeito às diferenças por meio de rodas de conversa e leituras com material didático relevante.
Todo esse processo ocorreu orientado pelo nosso papel pedagógico, principalmente por estarmos lidando com crianças de 4 anos, em processo inicial de formação psicossocial e perspectiva de mundo.
É importante dizer que não tivemos nenhuma evidência, indício ou episódio de racismo nesta sala de aula antes do dia 2 de setembro. Até o momento, também não recebemos nenhuma reclamação ou relato de pais sobre o assunto. Portanto, nossa ação foi imediata após a reclamação e incluiu:
*observação técnica aprofundada da estrutura
*aluno bem-vindo
*reforço da agenda da diversidade por meio de planejamento pedagógico, rodas de conversa e leituras
* Conversas cara a cara com a família da outra criança envolvida
*oferta de apoio psicológico ao aluno
Ao mesmo tempo, demos proativamente total visibilidade do caso à nossa comunidade escolar. Sabemos que o assunto não termina aqui. Continuaremos acompanhando o caso e a aluna na sala de aula, para onde ela retornou, e trabalhando para garantir seu bem-estar em um ambiente antirracista.Por fim, acreditamos ser importante esclarecer alguns pontos inverídicos que foram mencionados em outras matérias sobre o caso.
1) Não acreditamos que a mudança de classe seja a solução para o racismo e, por isso, não sugerimos esse caminho aos pais. Quando questionados sobre a possibilidade pela família, informamos que, se fosse da vontade deles, poderíamos realizar a troca, o que – ressaltamos – nunca sugerimos;
2) Em nenhum momento expusemos publicamente, seja internamente ou externamente à escola, o nome do aluno vítima
3) Vivenciamos a educação no dia a dia e sabemos que todos os nossos alunos são absolutamente diferentes uns dos outros.
Focamos em desenvolver todo o seu potencial considerando quem eles são, com suas diferenças e características únicas. Portanto, jamais apontaríamos a distinção como um problema a ser resolvido e jamais diríamos qual aluno era “o diferente”. Respeitamos e abraçamos as diferenças todos os dias e trabalhamos em favor da diversidade.
Por último, queremos lembrar que a luta contra o racismo é complexa, desafiante e exigente. Estamos abertos a questionamentos, críticas e comentários e focamos totalmente no nosso papel na luta antirracista. Thiago
o que emprestimo consignado
emprestimo consignado manaus
como funciona o emprestimo consignado
o que é emprestimo consignado
juros empréstimo consignado
financeira bmg telefone
o que empréstimo consignado
empréstimo servidor público
emprestimos bh
empréstimos bh
emprestimo consignado publico
emprestimos consignados o que é