Os níveis dos reservatórios dos rios no Brasil tendem a despencar até dezembro de 2024, segundo levantamento feito pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis).
O estudo projeta a tendência de armazenamento de água durante a primavera, que começa neste domingo (22). Os dados, captados via satélite, indicam queda nos níveis dos reservatórios, num cenário de poucas chuvas.
O laboratório monitora diariamente a crescente seca desde abril, agravada por extremos climáticos.
Seca em Minas Gerais
Segundo o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, a região Sudeste tem se preocupado com a queda no nível das barragens, citando o caso da Usina de Furnas, em Minas Gerais, conhecida como “Mar de Minas”.
Um gráfico mostra a área coberta por água nos últimos três anos. É possível observar como o volume oscila de um ano para outro, variando em torno de 500 a 2.100 km2. O gráfico representa a área total de águas superficiais da Usina.
A situação atual, porém, não é superior às perspectivas futuras, considerando a possibilidade de chuvas abaixo da média, previstas entre novembro e abril de 2025.
Como isso impacta o setor elétrico
Com a possibilidade de chuvas abaixo da média, o armazenamento de água para geração de energia elétrica tende a despencar. Veja os níveis atuais dos principais reservatórios do Brasil.
O meteorologista explica que o La Niña com menor intensidade atrasa o início das chuvas no Sudeste. Como resultado, os reservatórios demoram a recuperar da seca.
Ao analisar a situação da costa do Atlântico Sul nos próximos meses, embora seja mais quente no lado Sul do Sudeste, o que pode favorecer algumas áreas com umidade, ainda há incertezas. Veja Monitoramento Hidrológico através de Satélitesdo Instituto.
Para o meteorologista Humberto Barbosa, a segurança do sistema hidrelétrico no próximo ano dependerá do próximo período chuvoso.
“Se o período chuvoso for de médio a bom, haverá alívio. Se estiver ruim, a situação fica mais crítica. Hoje, o semáforo está amarelo, começando a se aproximar do laranja. Os níveis atuais dos reservatórios ainda são confortáveis, mas a mudança abrupta nos últimos três meses chamou a atenção”, explica Humberto.
Sobre o retorno do horário de verão
A projeção do Instituto Lapis é feita no momento em que o governo federal discute a retorno do horário de verão.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o Decisão final será tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em até 10 dias. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (19), ele disse que outras alternativas serão estudadas, já que não está “100% convencido” de que o retorno do horário de verão seja a única e melhor solução.
Após reunião das principais autoridades do setor elétrico no Rio de Janeiro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou o retorno do horário de verão.
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