O governo do Rio de Janeiro investe na restauração da Mata Atlântica no estado. A expectativa é recuperar área equivalente a 440 mil campos de futebol até 2050. Além dos benefícios para o meio ambiente, o projeto ajuda a preparar os municípios para enfrentar eventos extremos causados pelas mudanças climáticas.
As enchentes e deslizamentos de terra que atingiram a região serrana do Rio em 2011 e se repetiram em 2022 deixaram mais de 1.100 mortos no total. Nas zonas de encosta, fortes temporais encharcaram o solo, que não resistiu e cedeu, arrastando tudo à sua frente.
“As alterações climáticas não são uma realidade futuristateremos um problema, já enfrentamos os problemas de eventos climáticos severos. Estamos falando aqui de regiões do estado do Rio de Janeiro que convivem e conhecem essa realidade”, afirma Bernardo Rossi, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro
Estão sendo plantadas 2,5 milhões de mudas de espécies nativas em unidades de conservação e outras áreas prioritárias do estado.
O programa “Florestas do Amanhã” apresenta investimentos de mais de R$ 430 milhões do Fundo Mata Atlântica. As ações têm potencial para absorver mais de 159 milhões de toneladas de dióxido de carbono, contribuindo diretamente para a redução de eventos extremos.
“Os projetos de restauração fazem parte do que chamamos de serviços ecossistêmicos. Os projetos de reflorestamento são para isso, para tentar amenizar a questão do conforto térmico, da segurança hídrica, da conservação da nossa biodiversidade”, aponta Telmo Borges, superintendente de Mudanças Climáticas do Rio de Janeiro.
Para alcançar os resultados esperados, o governo usa imagens de satélite para monitorar áreas florestais. Mesmo quando uma única árvore é derrubada, um alerta é enviado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade.
“O Rio de Janeiro foi o estado que menos desmatou no Brasil. Tivemos uma redução de 68% no desmatamento no Rio de Janeiro. Além de ser o estado que menos desmatou, foi o único estado do Brasil que aumentou o número de terras e a cobertura florestal; foi o estado que mais ampliou a cobertura florestal da Mata Atlântica”, acrescenta Rossi.
A restauração florestal na área é essencial para proteger o abastecimento de água que abastece cerca de 2 milhões de pessoas na zona leste do Rio de Janeiro.
As cidades de Guapimirim, Magé e Cachoeiras de Macacu também estão incluídas na etapa atual do programa e deverão receber 200 hectares de plantio, o que aumenta a circulação de animais e ajuda a preservar a biodiversidade.
Com as iniciativas de reflorestamento, o aparecimento de espécies como a onça-parda tornou-se cada vez mais frequente.
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