Em 2024, a imigração alemã no Brasil completa dois séculos, marcando um momento significativo para a cultura e gastronomia do país.
Uma equipe de pesquisadores embarcou em uma deliciosa viagem pelo Sul do Brasil, região onde se estabeleceram as principais colônias alemãs, para explorar o legado culinário que continua vivo e desperta a curiosidade pelas histórias por trás de cada receita.
Nas aldeias construídas no sopé das colinas, os edifícios típicos germânicos, com os seus encaixes geométricos, parecem obras de arte arquitectónicas. Um exemplo notável é a casa da família Hux, preservada por seis gerações, que guarda parte importante desse legado.
Com 109 anos de história, a residência é repleta de lembranças e hoje funciona como café colonial, oferecendo aos visitantes a oportunidade de degustar receitas tradicionais.
Sabores que resistem ao teste do tempo
Uma das especialidades oferecidas é a famosa torta de queijo, receita que vem sendo passada de geração em geração.
Sua popularidade entre os imigrantes se deve ao uso de ingredientes comuns do dia a dia, como queijo branco, manteiga e amido de milho.
Essa prática de utilização de ingredientes locais foi fundamental para a adaptação e sobrevivência das tradições culinárias germânicas no Brasil.
Outras iguarias que fazem parte deste patrimônio gastronômico são os crocantes e coloridos “plechen” (biscoitos de Natal), decorados artesanalmente segundo uma receita com mais de 70 anos, e a linguiça Blumenau, produzida pela terceira geração de uma família. .
Há também o “Liberkase”, clássico bolo de carne assada do sul da Alemanha, preparado por especialistas locais como Leôncio e Dona Iracema.
Adaptações e inovações culinárias
Nem todas as receitas podiam ser mantidas exatamente como eram na Alemanha. A falta de alguns ingredientes típicos do velho mundo levou a adaptações criativas.
Um exemplo notável é o pato recheado, considerado um prato tradicional catarinense, mas que na verdade é uma adaptação do pato, comum na culinária alemã.
O clássico “Apfelstrudel”, massa folhada recheada com maçã, também ganhou destaque e virou empresa familiar em algumas regiões.
Silvana e a filha aprenderam com a matriarca da família o preparo dessa iguaria com métodos artesanais que realçam o sabor.
Os pesquisadores estão empenhados em registrar essas histórias e receitas como forma de preservar o patrimônio imaterial da imigração alemã. Este trabalho não só mantém viva a tradição, mas também destaca a importância de uma alimentação nutritiva ligada às raízes culturais.
A preservação destas receitas vai além da manutenção das tradições; representa uma conexão com a história e uma celebração da diversidade cultural brasileira.
Ao completar 200 anos, o legado gastronômico da imigração germânica no Brasil revela-se não apenas delicioso, mas também parte fundamental da identidade cultural do país.
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