Levantamento indica que 60,2% dos municípios brasileiros não atingiram a meta de vacinação de crianças de até 1 ano contra poliomielite. Os dados foram produzidos pela ONG ImpulsoGov, com base em dados do Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica (SISAB).
O poliomielite É uma doença contagiosa causada por um vírus que pode afetar principalmente crianças. Em casos graves, pode causar paralisia muscular e, portanto, também é conhecida como paralisia infantil.
No Brasil, a doença está erradicada desde 1990, mas sua cobertura vacinal está abaixo da meta de 95% desde 2016, aumentando o risco de o vírus voltar a circular.
Brasil avança na cobertura vacinal e no pré-natal
Os dados dos municípios que estão acima da meta estabelecida para a cobertura vacinal contra a paralisia infantil mostraram avanços significativos. O país passou de um patamar de 30,9% para 39,8% de cidades dentro da meta nos últimos quatro meses.
O resultado médio do indicador mostra que 83,7% das crianças brasileiras, com até 1 ano de idade, haviam recebido a vacina pentavalente ao final de 2023. Nos primeiros quatro meses de 2024, esse montante aumentou para 87,9%.
“Atrelamos esse aumento ao trabalho intencional do Ministério da Saúde na divulgação e ampliação das campanhas de vacinação. Não houve alterações nas regras deste indicador, o que sugere que a divulgação da importância da vacinação das crianças pode ter contribuído para este resultado positivo”, explica Juliana Ramalho, gestora de projetos e saúde pública da ImpulsoGov.
Os indicadores das consultas de pré-natal do primeiro quadrimestre de 2024 mostram que 81,1% dos municípios brasileiros estavam com o acompanhamento de suas gestantes em dia.
A testagem de gestantes para detecção de doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis e HIV, foi realizada em 82,5% das cidades nos primeiros quatro meses de 2024.
O atendimento odontológico às gestantes foi oferecido em 70,4% nos meses analisados. Esses três indicadores são os únicos cujos resultados médios dos municípios brasileiros estão acima das metas estabelecidas.
Desafios no acompanhamento de pacientes crônicos
Apesar dos resultados positivos no acompanhamento da gravidez, as cidades enfrentam outros desafios de longa data que dificultam o acompanhamento de pessoas com doenças crónicas, como hipertensão e diabetes.
Os indicadores mostram que os municípios que não atingiram as metas nesses indicadores continuam elevados, em 72,2% e 73,7%, respectivamente.
Os indicadores para controle de doenças crônicas consistem em, além da realização de consulta semestral em ambos os casos, aferir a pressão arterial e medir a hemoglobina glicada semestralmente em 50% das pessoas com tais comorbidades.
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