O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiu alerta, nesta segunda-feira (12), aos municípios do Amazonas afetados pela fumaça das queimadas no período de seca.
A capital do estado, Manaus, mantém áreas cobertas, registrando imagens semelhantes às de outubro de 2023, quando, em um único dia, ocorreram 1.600 incêndios ativos no estado.
De acordo com a plataforma que mede o Índice de Qualidade do Ar (IQA) em tempo real da fundação IQAir, a cidade de Manaus registra atualmente qualidade insalubre para pessoas sensíveis, com alerta laranja para impactos como desconforto respiratório para crianças e idosos, e pessoas afetadas por doenças pulmonares e cardíacas.
O alerta considera a concentração dos oito principais poluentes no ar e os efeitos para a saúde associados, numa escala de seis níveis, sendo o laranja o quarto mais grave.
A nutricionista e consultora do Unicef em Manaus nas áreas de emergência, saúde e nutrição, Neideana Ribeiro, orienta que o atendimento às crianças nessas cidades precisa ser redobrado.
“O melhor é evitar a exposição fora de casa, ao ar livre, e esperar que a qualidade do ar melhore para que a criança tenha oportunidade de sair e brincar ao ar livre”, explica.
Segundo a profissional, também é necessário aumentar a hidratação e usar máscara nos horários de maior exposição. Para pessoas com problemas respiratórios, como asma, é necessário manter medicamentos em casa para aliviar os sintomas, conforme orientação médica.
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), foi procurada pela reportagem da Agência Brasil, mas até o momento da publicação da matéria não houve resposta.
Fogo
Com o início do período de estiagem e o alerta da Defesa Civil do estado de baixos níveis na Bacia Amazônica, o governo do estado declarou situação de emergência em Manaus e em outras 22 cidades.
A prática de atear fogo, com ou sem uso de técnicas de queima controlada, também foi proibida nas cidades de Apuí; Nova Aripuanã; Manicoré; Humaitá; Canutama; Lábrea; Boca do Acre; Tapauá; Maués; Manaus; Iranduba; Novo Airão; Careiro da Várzea; Rio Preto da Eva; Itacoatiara; Presidente Figueiredo; Manacapuru; Careiro Castanho; Autazes; Silves; Itapiranga; e Manaquiri.
Desde o início de agosto, o estado registrou pouco mais de 3 mil alertas de focos de incêndio, segundo o Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os municípios mais afetados são Apuí, Novo Aripuanã e Lábrea.
Nota do governo do Amazonas
O Governo do Amazonas informa que a fumaça na capital amazonense, nesta segunda-feira (08/12), é proveniente principalmente de queimadas no sul do Amazonas, registradas em sua maioria em assentamentos e áreas sob fiscalização federal. No final de semana (10 a 11), 74% dos incêndios ocorreram em territórios federais, seguidos de 14% em lacunas cartográficas, com apenas dois focos registrados na Região Metropolitana de Manaus.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) demonstram ainda que, em agosto, mais de 82,55% das ocorrências de focos de calor ocorrem em áreas federais, 9,7% em áreas não designadas e 7,6% em áreas de gestão estadual.
Desde o início do ano, o Governo do Amazonas tem realizado uma série de ações de prevenção e combate a incêndios no estado, concentrando esses esforços em áreas sob fiscalização estatal. O Corpo de Bombeiros atua desde junho no Sul do Estado, por meio da Operação Aceiro, com mais de 300 agentes atuando na região, que entre 3 de junho e 9 de agosto, combateu mais de 5 mil incêndios.
Nesta segunda-feira, o Governo do Estado entregou viaturas de combate a incêndio, que serão utilizadas no combate aos incêndios. Desde o início do ano, 16 veículos foram entregues para atuar exclusivamente no combate a incêndios no interior do estado.
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) também atuam na região Sul do Amazonas no combate aos crimes ambientais, com foco em áreas do Estado, que nas quatro que compõem a Operação Tamoiotatá têm já impôs mais de R$ 70 milhões em multas por crimes ambientais.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) também realiza o monitoramento nas Unidades de Conservação (UCs) estaduais que são administradas diretamente pela secretaria. O Governo do Estado também reforça que tem apoiado ações de fiscalização nas áreas federais.
(Com informações da Agência Brasil)
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