A Defensoria Pública do Estado de São Paulo entrou com pedido de indenização ao governo paulista por danos morais pela morte de Rogério Andrade de Jesus durante a Operação Escudo, realizada em julho e agosto de 2023.
A ação foi ajuizada pelo Centro Especializado em Cidadania e Direitos Humanos da entidade na última segunda-feira (30). O valor não divulgado seria pago à filha da vítima.
A Ouvidoria afirma, em nota, que “o Estado é objetivamente responsável pelos danos causados às pessoas físicas por seus agentes e essa responsabilidade, portanto, independe da existência de dolo ou culpa do agente estatal”.
Isso significa que a ação defende que o governo paulista deve responder pelas ações de seus integrantes. É o primeiro pedido feito pelo órgão a respeito de uma pessoa morta por policiais em julho de 2023.
O núcleo pede ao Estado que forneça as seguintes medidas à filha de Rogério:
- Pensão alimentícia;
- Tratamento médico e psicológico;
- Bolsa de graduação, com curso definido pela jovem.
Em agosto de 2023, a Defensoria Pública de SP já havia manifestado repúdio à ação da Polícia Militar. Na época, o órgão afirmou que, segundo relatos, os agentes invadiram casas, torturaram e executaram pelo menos 16 pessoas até aquele momento.
A Secretaria de Segurança Pública informou que, até o momento, não foi notificada sobre o pedido da Defensoria Pública.
O ministério afirma que as mortes durante a Operação Escudo são investigadas rigorosamente, em segredo de Justiça, pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos e pela Polícia Militar, com acompanhamento das respectivas Corregedorias, do Ministério Público e da Polícia Militar. Judiciário.
Lembre-se da Operação Escudo
A Operação Escudo foi realizada durante 40 dias no litoral paulista após o assassinato de um agente das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), força de elite da Polícia Militar de São Paulo, durante uma ação policial no Guarujá. No total, 28 pessoas foram mortas.
No total, seis policiais militares foram indiciados por mortes durante a ação. Dois agentes tornaram-se réus por homicídio qualificado e fraude processual: o cabo Ivan Pereira da Silva e o capitão Marcos Correa de Moraes Verardino, coordenador operacional da Operação Escudo.
Durante toda a ação, 958 pessoas foram presas, das quais 382 eram procuradas pela Justiça. Além disso, foram apreendidas 117 armas de fogo e 977 quilos de drogas.
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