Nesta semana, foi concluída a demolição do prédio onde funcionava a Boate Kiss, em Santa Maria, região Central do Rio Grande do Sul. A boate foi o local onde um incêndio ocorrido em 2013 deixou 242 mortos.
Representantes da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) assistiram à conclusão da demolição. Na semana passada, o teto da boate foi removido. Veja imagens.
“É um passo muito importante. Agora a memória está à vista e isso afeta as pessoas que moram aqui. A cidade sente algo transformador e entendemos que o trabalho de construção da memória é assim, através da possibilidade de as pessoas contarem a história em um local seguro, que será o memorial”, disse Gabriel Rovadoschi Barros, que é sobrevivente da tragédia e presidente da associação de vítimas.
A empresa responsável pela obra afirmou que, após a demolição, iniciará o processo de limpeza do terreno. O tempo de conclusão é de cinco a oito dias.
Será construído um memorial em homenagem às vítimas no local onde funcionava a boate. “É o resultado do esforço coletivo de muitas pessoas, baseado na coragem das famílias das vítimas e sobreviventes que enfrentaram o ódio e o esquecimento para criar um lugar que glorifique o amor e a memória. Para que isso nunca mais aconteça”, afirma a associação.
Como será o memorial?
A estrutura contará com um jardim circular naturalista e um auditório. Ao seu redor estarão 242 pilares de madeira, cada um representando uma vítima da tragédia.
Com cerca de 383,65 metros quadrados, além do jardim e auditório, o espaço terá um piso único com escritório, zona polivalente, casas de banho, arrumos, zona técnica e varanda.
O projeto arquitetônico foi escolhido após concurso nacional realizado em 2018. A obra está orçada em aproximadamente R$ 5 milhões.
Como foi a tragédia
O incêndio na boate Kiss ocorreu em 27 de janeiro de 2013 e deixou 242 mortos. Cerca de 636 pessoas ficaram feridas. O uso de artefatos pirotécnicos dentro da boate teria provocado o incêndio.
Faíscas liberadas pelos sinalizadores atingiram a espuma isolante acústica localizada no teto do local, o que fez com que o fogo se espalhasse rapidamente, gerando fumaça tóxica.
A maioria das vítimas morreu sufocada pela fumaça. O incidente é considerado a maior tragédia do Rio Grande do Sul e a segunda maior do país em número de vítimas em um incêndio.
* Sob supervisão
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