Nesta segunda-feira (29), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação crítica de escassez dos recursos hídricos dos rios Madeira, no Amazonas e Rondônia, e Purus, no Amazonas e Acre, e seus afluentes até 30 de novembro.
A medida ocorre após chuvas abaixo da média nas bacias e a previsão indica níveis de criticidade semelhantes ou piores aos enfrentados no ano passado.
A falta de chuvas afetou os níveis dos rios da região, que permanecem próximos dos valores mínimos históricos. Com isso, os usos da água estão sendo impactados, principalmente aqueles que dependem de níveis adequados nos corpos hídricos, como navegação e geração hidrelétrica, segundo a agência.
A declaração busca alertar os governos e a população sobre a gravidade da situação de seca na região e permitir que as instituições gestoras e os diferentes usuários dos recursos hídricos da bacia do rio Madeira e do rio Purus adotem medidas preventivas para mitigar os impactos nos diferentes usos da água. O decreto destaca ainda que o órgão poderá mudar as regras de uso da água Isso é condições de operação do reservatório estabelecido.
Risco na vazão das hidrelétricas no Rio Madeira
As hidrelétricas de Santo Antônio, abastecidas pelo Rio Madeira, poderão ficar paralisadas devido à falta de chuvas na bacia. O baixo fluxo de água no rio pode ser insuficiente para manter a operação, segundo a agência. Essa usina e Jirau operam a fio d’água, ou seja, as vazões que chegam são praticamente as mesmas que saem dos reservatórios. Possuem potência instalada total de 7.318MW, o que corresponde a 6,7% do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Cerca de 6 milhões e 500 mil toneladas foram transportadas no Rio Madeira em 2022, o equivalente a 9,2% do total transportado por rotas interiores no Brasil, segundo estatísticas hidroviárias da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). O rio Madeira também é utilizado como fonte de abastecimento de água para Porto Velho, com cerca de 460 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e outras comunidades menores.
Emergência no Amazonas
A Defesa Civil do Amazonas informou que, devido aos níveis dos rios em todos os canais do Amazonas estarem abaixo do esperado para o período, em relação aos anos anteriores, o governador Wilson Lima instituiu o Comitê de Combate à Seca e declarou situação de emergência. em todos os 20 municípios que fazem parte dos canais Purus, Juruá e Alto Solimões.
O Decreto de Emergência de Seca atinge os municípios de Calhas do Juruá (Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Eirunepé, Carauari e Juruá), Purus (Pauini, Lábrea, Tapauá, Beruri, Canutama, Boca do Acre) e Alto Solimões (Atalaia do Norte) , Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins), já afetados pela maré baixa.
Na última segunda-feira (22), o governador anunciou a liberação de duas licenças ambientais preliminares, concedidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), para instalação de dois portos temporários, entre Itacoatiara e a foz do Rio Madeira. A medida busca facilitar o transporte e recebimento de insumos para empresas do Pólo Industrial de Manaus, além do escoamento da produção.
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