Um bebê desapareceu na última terça-feira (23) poucas horas depois de nascer, no Hospital de Clínicas de Uberlândia (MG). Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, o recém-nascido foi sequestrado pela neurologista Claudia Soares Alves, de 42 anos, que teria se passado por pediatra para ter acesso ao quarto da criança.
A bebê foi localizada no dia seguinte em Itumbiara (GO) e estava com o médico que a retirou do hospital. A distância entre Itumbiara e Uberlândia é de aproximadamente 135 quilômetros. A criança está bem e foi devolvida à família.
Claudia foi presa e está no presídio de Orizona (GO). Na quinta-feira (25), ela passou por audiência de custódia e a Justiça negou pedido de soltura. A defesa da profissional afirma que ela tem problemas psiquiátricos e que esteve em “crise psicótica” (veja abaixo).
Como Claudia entrou no hospital
Segundo o boletim de ocorrência, Claudia chegou ao hospital às 23h23 de terça-feira se passando por outra pessoa. Uma funcionária da recepção disse que “estava em seu plantão quando uma mulher vestindo jaleco branco, boné branco, máscara, luvas pretas, óculos graduados, mochila amarela nas costas e crachá de funcionária chegou na entrada e disse que iria cobrir o atendimento de um funcionário do setor de clínica médica, pois um dos funcionários estava ausente”.
Claudia disse que seu nome era Amanda. A funcionária da recepção disse à polícia que desconfiou da movimentação e pediu aos seguranças que investigassem a situação.
Ela relatou que, “ao mesmo tempo, ligou para a equipe do setor de clínica médica e perguntou se realmente havia algum funcionário desaparecido e se eles haviam pedido a uma funcionária chamada Amanda para vir cobrir a ausência desse funcionário, e haviam recebido o informação de que o horário estava completo e que nenhuma funcionária chamada Amanda trabalharia no turno.”
“[A colaboradora] Consta que, após alguns minutos, a equipe de segurança local encontrou a suspeita e foi informada que ela já estava saindo do local.” A funcionária disse que, ao passar pela portaria, Claudia “notou que estava com um cobertor nas mãos e uma mochila nas costas, mas como os funcionários não estão autorizados a revistar as pessoas que entram no local, o autor teria saído sem ser revistado.”
Como o médico pegou o bebê
O pai do recém-nascido contou à polícia que, por volta das 23h40, a família estava descansando, quando uma mulher entrou no quarto, se identificou como médica e perguntou à mãe da criança se ela estava amamentando.
Em seguida, diz o boletim de ocorrência, Claudia pediu ao pai da menina que entregasse o bebê para ela, “pois ele ia levá-la para a enfermaria para dar leite no ‘copo’ para a criança e que logo voltaria para fazer o parto. isto.” de volta para a família.
O pai do bebê disse que Cláudia levou a filha para um quarto ao lado e fechou a porta. O homem relatou à polícia que “estava esperando no corredor em frente à porta do
sala e que, depois de alguns minutos, o autor [Claudia] ele teria saído do quarto com um cobertor nas mãos e uma mochila amarela nas costas e teria dito à vítima que uma enfermeira estaria dando leite para a criança e que logo o traria e o devolveria. O autor então saiu do local e nunca mais foi visto.”
Dada a demora, o pai perguntou a uma enfermeira sobre a filha, que respondeu que nenhum profissional havia buscado a criança.
“Após procurá-la por todo o setor e não encontrá-la, foi acionada a equipe de segurança da unidade, onde foi relatado o desaparecimento da recém-nascida”, diz o boletim de ocorrência.
Como você saiu do hospital?
Um guarda informou à polícia que abordou Claudia e perguntou se ela precisava de alguma coisa. “A autora teria respondido que ia fazer um turno na
pediatria naquela data, porém, ao chegar ao local, foi informada que não seriam mais necessários, pois o plantonista já estava lotado e por isso ela já estava deixando o local.”
O segurança disse à polícia que, “como não está autorizado a realizar revistas pessoais às pessoas que entram nas instalações e como a autora estava trajando traje oficial, incluindo crachá, acompanhou a autora até à sua saída”.
Segundo os registros, a médica saiu do hospital com a criança nos braços às 23h54.
Câmeras de segurança capturaram o momento em que ela sai do hospital e vai com o bebê até o carro. Veja abaixo:
Como o médico foi encontrado
Após a chamada da polícia, os agentes observaram registros de câmeras de segurança e constataram que a mulher que saiu do hospital com a criança dirigiu-se a um carro vermelho que estava estacionado em uma rua próxima.
A informação foi compartilhada com outras forças de segurança e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou um veículo com as mesmas características em uma rodovia no sentido Itumbiara.
Na manhã seguinte, Claudia foi encontrada com a criança. No carro dela foram encontradas roupas, sapatos e duas bolsas da criança. Ela foi presa pelo crime de sequestro.
Como está o bebê
Ainda na quarta-feira, a recém-nascida foi devolvida à família. Segundo a polícia, o bebê passou por atendimento médico e passa bem.
Veja o momento em que ela é entregue à família:
O que diz a defesa do médico?
A defesa de Claudia Soares Alves diz que ela “possui transtorno afetivo bipolar e no momento dos fatos se encontrava em crise psicótica, não conseguindo discernir o caráter inapropriado e/ou ilícito de seus atos”.
Os advogados que representam a suspeita apresentaram relatório informando que ela está em tratamento psiquiátrico desde 2022 e que “é diagnosticada com transtorno afetivo bipolar, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno de pânico” e foram prescritos medicamentos específicos.
“Devido ao seu diagnóstico principal (transtorno afetivo bipolar), a paciente apresenta crises recorrentes de humor deprimido, anedonia, desânimo, irritabilidade, insônia e ideação suicida, alternadas por crises recorrentes de humor elevado, grandiosidade, perseguição, aumento de atividades, prejudicando gravemente seu julgamento crítico da realidade e incapacitando-a temporariamente (durante as crises) de compreender o caráter inadequado e/ou ilícito de suas atitudes”, conclui o relatório.
O advogado Vladimir Rezende acrescentou, em entrevista ao CNN, que Claudia sempre quis ser mãe e que fazia inseminação artificial. Segundo ele, Claudia sofreu um aborto espontâneo no ano passado, o que a deixou emocionalmente abalada. “Juntamente com a perda da gravidez, isso poderia ter desencadeado um surto psicótico”, disse ela.
Delegado contesta versão de defesa
Também em entrevista com CNN na quinta-feira, o delegado Carlos Fernandes afirmou que o sequestro foi “planejado”, o que, a seu ver, contraria a tese sobre uma crise psicótica.
“Ela tinha um enxoval inteiro lá no local, carrinho de bebê, fraldas, leite, então acreditamos que ela planejou esse crime.”
Quem é o médico preso
Cláudia Soares Alves tem 42 anos e era cadastrada ativamente no Conselho Regional de Medicina de Goiás, com especialidades em neurologia e clínica médica. Portanto, ao contrário do que ela diria, ela não é pediatra.
O profissional formou-se em medicina em 2004 pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, atual Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
Cláudia foi professora dos cursos de enfermagem e medicina da Universidade Estadual de Goiás, campus Itumbiara. A instituição informa que a professora pediu demissão no início deste mês e que “após cumpridas todas as diligências processuais, não fará mais parte do corpo docente da universidade”.
Em abril deste ano, foi publicada no Diário Oficial da União a nomeação de Cláudia como professora da Faculdade de Medicina de Umuarama, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Ela será submetida a um processo administrativo interno que poderá resultar em sua demissão.
Ela não tinha antecedentes criminais.
O que diz o hospital onde ocorreu o sequestro?
Em nota, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, responsável pelo Hospital de Clínicas de Uberlândia, informou que “iniciou uma investigação interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações”.
“A instituição coloca-se à inteira disposição das autoridades e dos familiares para a breve resolução do caso”, acrescentou.
Compartilhar:
o que emprestimo consignado
emprestimo consignado manaus
como funciona o emprestimo consignado
o que é emprestimo consignado
juros empréstimo consignado
financeira bmg telefone
o que empréstimo consignado
empréstimo servidor público
emprestimos bh
empréstimos bh
emprestimo consignado publico
emprestimos consignados o que é