O Ministério da Saúde confirmou o registro de duas mortes por febre oropouche no Brasil. O ministério afirmou em nota que, até o momento, não houve relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de morte pela doença.
Os casos registrados são de mulheres com menos de 30 anos e que não tinham comorbidades. Segundo o ministério, eles apresentavam sintomas semelhantes aos da dengue grave.
Outra morte em Santa Catarina continua em investigação e também pode estar relacionada à doença. No Maranhão, foi descartada uma quarta morte.
Também são encontrados seis casos de transmissão vertical, quando uma gestante passa a infecção para o bebê. Dois ocorreram em Pernambuco, onde crianças morreram; um na Bahia e dois no Acre.
Também houve registros de abortos espontâneos e em três casos houve anomalias congênitas, como microcefalia.
Análises estão sendo feitas por secretarias estaduais de saúde e especialistas, com acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se existe relação entre febre oropouche e casos de malformação ou aborto espontâneo.
Entre as recomendações do governo federal estão intensificar a vigilância durante a gravidez e o acompanhamento dos bebês de mulheres que tenham suspeita clínica.
A secretaria chefiada pela ministra Nísia Trindade afirma que também acompanha os casos e possíveis óbitos por oropouche por meio da Sala Nacional de Arboviroses, com diálogo constante com as secretarias estaduais e municipais de saúde.
O governo reforça ainda que acompanha a situação nos estados por meio de visitas técnicas, investigação in loco, busca ativa e pesquisa vetorial em apoio à resposta local dos estados e municípios.
Desde o ano passado, o Ministério da Saúde disponibiliza exames diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).
Isso ajuda a explicar porque casos que antes estavam concentrados na região Norte passaram a ser identificados também em outras regiões do país.
Em 2024, foram registrados 7.236 casos de febre oropouche em 20 estados brasileiros. A maioria dos casos foi registrada no Amazonas e Rondônia.
Qual é a doença
A febre Oropouche é causada pelo vírus orthobunyavirus oropoucheense.
A principal forma de transmissão é por meio de flebotomíneos, mas existem outros tipos de mosquitos que também podem transmitir o microrganismo.
Macacos e preguiças são os principais hospedeiros. O vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias após picar uma pessoa ou animal infectado. Se esse mosquito picar outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus a ela.
Os principais sintomas são dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, náuseas e diarreia. São características semelhantes às manifestadas na infecção por dengue ou chikungunya.
O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais e qualquer resultado positivo deve ser comunicado às autoridades.
Segundo o Ministério da Saúde, o microrganismo foi detectado pela primeira vez no Brasil em 1960, durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Foi identificado em uma amostra de uma preguiça e, desde então, há registros de casos isolados e surtos mais localizados em estados da região amazônica.
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