Faltando um mês para o Concurso Nacional Unificado (CNU), marcado para 18 de agosto, a expectativa de ingresso na carreira pública aumenta entre os mais de 2 milhões inscritos.
Em 2024, além do CNU, conhecido como “Enem dos Concursos”, serão realizados no segundo semestre o tradicional Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares competitivos como o FUVEST.
A CNN conversou com especialistas em técnicas de aprendizagem, que dão dicas de métodos de aprendizagem.
Dia de estudo personalizado
Há consenso entre os especialistas de que cada indivíduo deve descobrir que tipo de jornada de aprendizagem melhor se adapta ao seu perfil.
“Não existe uma receita ‘tamanho único’, afinal cada pessoa desenvolve um estilo de aprendizagem. O aprendizado personalizado é interessante porque leva em consideração as preferências, habilidades e ritmo de cada indivíduo.” diz Débora Tavares, professora e mestre em literatura.
Cada indivíduo possui características únicas que podem ser exploradas para otimizar a absorção de conhecimento e alcançar resultados excepcionais. Os especialistas explicam que é uma jornada de autodescoberta para identificar seu estilo de aprendizagem dominante.
“É importante observar como você retém melhor as informações, qual forma de comunicação mais chama sua atenção ou como você consegue se comunicar da melhor forma. Os estilos mais comuns são visual, auditivo, leitura/escrita e cinestésico. Cada um deles utiliza métodos específicos, dependendo da proposta, do profissional e do aluno”, completa.
O especialista em métodos de aprendizagem e pesquisador acadêmico, Caio Rubin, exemplifica esses estilos.
“O estilo visual utiliza gráficos e diagramas, enquanto o estilo auditivo é mais adequado para quem aprende através da leitura em voz alta e discussões em grupo. Já a leitura é mais indicada para quem lida melhor com notas e apontamentos, enquanto o método cinestésico trabalha com atividades práticas como simulações”, pontua Rubin.
Mapas mentais e a arte da memorização
Em um mundo de informações em constante expansão, a memorização torna-se uma habilidade essencial para o sucesso em provas e competições. No entanto, “decoreba” tradicional não é a melhor estratégia.
“’Memorizar’ não é a técnica mais eficiente para a aprendizagem a longo prazo, pois se baseia na memorização superficial. Esse método se mostrou ineficaz na retenção de informações que se transformam em conhecimento”, analisa Tavares.
O especialista explica que existe um processo relacionado ao acesso à informação, que ocorre por meio da compreensão, do aprendizado, da interpretação e, por fim, do fundamento mais sólido, que seria o próprio conhecimento.
A pesquisadora destaca que o próprio conhecimento muda constantemente diante das transformações técnicas e sociais dos indivíduos.
O conceito e a prática que abordam a dupla relação entre aluno e estudo, como os mapas mentais, representam uma excelente alternativa, pois organizam e visualizam as informações de forma estruturada, facilitando a compreensão e retenção do conteúdo.
“Usar palavras-chave e imagens para representar o conteúdo visualmente e por escrito ajudará a organizar as informações em uma hierarquia de relações, sejam elas cronológicas, de importância, de coesão e de coerência. Usar cores diferentes para categorias diferentes ajuda a sistematizar o processo de estudo com cores, símbolos e referências que facilitam o retorno ao tema”, ensina Débora.
Ela destaca que Criar “narrativas” ao criar mapas mentais ajuda na conexão e coesão com palavras-chave e imagens. Escrever esta “narrativa” em formato de texto aumenta a compreensão a um novo nível.
Disciplina, produtividade e descanso
A busca pela otimização do tempo de estudo é constante. Explicam que não existe uma carga horária ideal, mas que o critério deve ser percebido pelo aluno, analisando sua capacidade de retenção de informações.
“Um estudo eficaz geralmente envolve Sessões de 25 a 50 minutos seguidas de pequenos intervalos de 5 a 10 minutos. Isso também varia com a realidade, em que a maioria dos alunos precisa gastar horas com livros e experimentos”, lembra Débora.
Este período de estudo seguido de pequenas pausas é conhecido como técnica Pomodoro. Garantir que a jornada terá foco e disciplina é o que realmente aumentará a produtividade nos estudos. Para isso, eles apontam algumas técnicas.
“Técnicas como o Pomodoro podem ajudar a administrar o tempo de estudo de forma produtiva, além de organizar o conteúdo a ser estudado em relação ao tempo de dedicação necessário”, aconselha Caio, lembrando que o descanso, assim como o lazer, são essenciais para consolidar o aprendizado e evitar fadiga mental e estresse.
Cuidar da saúde mental é essencial para o sucesso nos estudos. Pratique exercícios físicos regularmente, mantenha uma alimentação balanceada, tenha uma boa noite de sono e reserve um tempo para relaxar e se divertir. Os especialistas garantem que a máxima sempre se aplica: mente sã, corpo são.
Invista em tecnologia para aprimorar seus estudos
A tecnologia, nesse contexto, torna-se uma poderosa aliada, capaz de transformar a jornada do aluno, otimizando o processo de aprendizagem. Mas os especialistas enfatizam a importância de usar os recursos disponíveis com responsabilidade.
“É preciso ética, responsabilidade, honestidade intelectual e compromisso com o aprendizado, e não apenas uma forma de padronizar a educação e a informação global a partir da percepção de programadores de inteligência artificial, por exemplo”, destaca Caio.
Dentre a infinidade de ferramentas possíveis, algumas se destacam pela facilidade de uso, mas principalmente por serem acessíveis a todos os alunos.
“Para gestão de materiais, o Google Classroom é muito eficiente. ‘Notion’ é uma ferramenta poderosa para fazer anotações e organizá-las. Apresentações visuais podem ser feitas no Canva, todas gratuitas”, aconselha o professor.
Eles lembram que além de priorizar uma técnica específica, o aluno ou pesquisador precisa testar e escolher algo adequado ao seu contexto, práticas, demandas. Isto evita que as preocupações sobre a melhor técnica se sobreponham às preocupações sobre a investigação ou a aprendizagem em si.
“As competições públicas e as provas classificatórias exigem dedicação, disciplina e, acima de tudo, persistência. Não desanimar com os obstáculos e aprender com cada fracasso são essenciais para manter o foco no objetivo final”, finaliza Débora.
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