Em 2023, o Brasil bateu recorde de casos de estupro e estupro de pessoas vulneráveis. Foram registradas quase 84 mil ocorrências, um aumento de 6,5% em relação a 2022. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgados nesta quinta-feira (18), mostram que uma pessoa é vítima de crime a cada seis minutos.
Em comparação com a série histórica, o casos quase dobraram. Em 2011 foram registadas cerca de 44 mil ocorrências, número que cresceu 91,5% no ano passado.
O perfil das vítimas é composto por garotas (88,2%), preto (52,2%), de no máximo 13 anos (61,6%) e 84,7% das vezes o os agressores são familiares ou conhecidos, que cometem estupros nas próprias casas das vítimas (61,7%). Vítimas menores de 17 anos representam 77,6% de todos os registros, segundo o estudo.
Onde a violência ocorre
- Residência – 61,7%
- Vias públicas 12,9%
- Zona rural – 2,5%
- Fazendas e fazendas – 1,4%
- Estabelecimento comercial/financeiro – 1,4%
- Hospitalar – 1,4%
Veja os piores índices de estupro no Brasil
A taxa média nacional de estupros e estupros de pessoas vulneráveis foi de 41,4 por 100 mil habitantes. Veja os estados com as maiores taxas de isolamento por 100 mil habitantes:
- Roraima – 112,5
- Rondônia – 107,8
- Acre – 106,9
- Mato Grosso do Sul – 94,4
- Amapá – 91,7
Os municípios foram analisados pela primeira vez para esse tipo de análise do FBSP. Aqueles que apresentam as maiores taxas por 100 mil habitantes são:
- Sorriso (MT) – 113,9
- Porto Velho (RO) – 113,6
- Boa Vista (RR) – 101,5
- Itaituba (PA) – 100,6
- Dourados (MS) – 98,6
Estupro de vulneráveis
O relatório aponta que, de todas as ocorrências verificadas em 2023, 76% correspondem ao crime de estupro de pessoa vulnerável, tipificado na legislação brasileira como a prática de união carnal ou ato libidinoso com vítimas menores de 14 anos ou incapazes de consentir por qualquer motivo, como deficiência ou doença.
O estudo registrou uma taxa de 233,9 casos para cada 100 mil habitantes de estupros de crianças e adolescentes de 10 a 13 anos. A taxa quase seis vezes maior que a média nacional. No caso de bebês e crianças de 0 a 4 anos, a taxa de vitimização por estupro atingiu 68,7 casos por 100 mil habitantes, 1,6 vezes superior à média do país.
Destes casos, as meninas são as mais atacadas. O sexo feminino representa a taxa de 67,6 por 100 mil, seis vezes maior que a média entre os homens. Entre os meninos, a maior incidência de estupro ocorre entre as idades de 4 e 6 anos e diminui à medida que a idade adulta se aproxima.
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