A temporada de pinguins no litoral norte de São Paulo, supervisionada pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), já começou este ano, segundo o Instituto Argonauta de Conservação Costeira e Marinha.
Desde maio de 2024, cerca de 43 pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) foram encontrados nas praias da região de São Paulo, dos quais 24 foram resgatados com vida e 19 foram encontrados mortos. Destes, 11 animais estão em reabilitação na Unidade de Estabilização de São Sebastião e no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba.
Nesta época do ano é comum a presença desses animais nas praias do sudeste brasileiro, já que, todos os anos durante o outono-inverno, os pinguins migram das águas da Patagônia, na Argentina, em busca de alimento e águas mais quentes. Pelo caminho, alguns pinguins, principalmente os mais novos, acabam por se perder na corrente marítima e chegar às praias.
O diretor do Aquário de Ubatuba e presidente do Instituto Argonauta, oceanólogo Hugo Gallo Neto, explica a chegada dos pinguins à costa brasileira. “Entre junho e setembro, consideramos que a temporada dos pinguins de Magalhães é no litoral norte de São Paulo, mas nem sempre essa chegada é tranquila. Durante todos estes anos de atividade no Instituto Argonauta, constatamos que a grande maioria dos pinguins que aqui chegam são animais jovens e por serem da primeira migração, perdem-se do grupo. Muitos chegam fracos, exaustos, desnutridos e com algumas doenças adquiridas no caminho”, comenta.
O oceanólogo também menciona o impacto humano nesse processo: “Além dos desafios, ainda temos os impactos causados pelo homem, como as mudanças climáticas, a diminuição dos alimentos disponíveis na natureza. Além disso, também enfrentam riscos como a poluição marinha e a ingestão de lixo, contribuindo para a mortalidade de alguns desses animais, mesmo após o resgate.”
No mesmo período, em 2023, foram localizados 23 pinguins, segundo a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora regional do trecho 10 do PMP-BS, no litoral norte de São Paulo. Além disso, ela destaca que o número pode mudar ao longo dos anos, e destaca que no ano passado houve um total de 426 ocorrências.
O que fazer se você encontrar um pinguim
O Instituto Argonauta orienta a população que, ao se deparar com um pinguim, esteja ele vivo ou morto, as pessoas não devem tocar no animal, para que ele não sofra lesões adicionais ou fique estressado. Além disso, quem observa pássaros não deve manusear as carcaças do animal.
O PMP-BS/Instituto Argonauta deve ser contatado pelo telefone 0800 642 3341. Se possível, crie uma sombra e afaste o pinguim dos animais domésticos para que fique protegido de outros perigos até a chegada da equipe.
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