Bruno Eustáquio Vieira, 26 anos, foi encontrado e preso nesta segunda-feira (8), em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele era procurado pela Justiça por ser suspeito de matar a mãe, Márcia Lanzane, na casa da família, no Guarujá, na Baixada Santista, em dezembro de 2020.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, Vieira foi localizado pela Polícia Militar após passar por atendimento médico. Ele foi levado à delegacia de plantão para realizar a prisão e, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais, chegou ao Presídio Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, na noite desta segunda-feira.
Uma decisão do Tribunal de Justiça de SP em 2023 determinou que Vieira fosse submetido a julgamento com júri. Contudo, “a defesa do arguido recorreu desta decisão e o processo permanece em instância recursal, pelo que ainda não há data marcada para o julgamento”, afirma o TJ-SP.
Procurada pela reportagem, a defesa de Vieira afirmou que ele “sempre atendeu todas as ligações durante a investigação, inclusive contribuindo para o desfecho do caso” e “alega total inocência dos fatos”.
“O pedido de prisão preventiva só foi decretado em 1º de junho de 2021, quase seis meses depois (do crime), o que na visão da defesa técnica, demonstra a total falta de contemporaneidade nos fundamentos, razão pela qual tem sido combatido nos Tribunais Superiores”, afirma o advogado de defesa Anderson Real Soares.
Segundo Soares, Vieira tinha medo de sofrer consequências mais graves na prisão, “já que havia sido ameaçado de morte pessoalmente e nas redes sociais”. “É por isso que ele saiu de casa, mesmo antes de sua prisão ser emitida”, diz ele. Eles pretendem questionar alguns dos relatórios utilizados pelo TJ-SP no processo.
Lembre-se do caso
A morte da mãe de Vieira, Márcia Lanzane, de 44 anos, ocorreu na manhã do dia 22 de dezembro, na Avenida Tancredo Neves, no bairro Sítio Cachoeira, no Guarujá, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo.
Uma testemunha, prima de Márcia, relatou que Vieira disse que saiu de casa pela manhã para treinar e, ao voltar, encontrou a mãe deitada no quarto, aparentemente sem vida. Nesse momento, o Samu foi acionado e confirmou o óbito.
“Foi realizado exame necroscópico, que evidenciou sinais de estrangulamento na vítima. Durante diligências no local, policiais civis apreenderam um DVR (aparelho com imagens das câmeras de segurança da residência) que estava escondido no forno do fogão”, diz a SSP. Três celulares também foram apreendidos.
Na época, Vieira afirmou que escondeu o DVR com medo de que descobrissem que ele empurrou a mãe na noite anterior à morte dela, o que poderia levá-los a acreditar que a culpa era dele. O caso foi registrado como morte suspeita pela Delegacia do Guarujá, que ainda investiga os fatos.
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