A Polícia Militar de Mato Grosso investiga a conduta de policiais durante um ataque a um bar em Cuiabá, Mato Grosso, onde dois servidores públicos foram presos. O caso aconteceu na última quarta-feira (3).
Segundo a Defensoria Pública do Estado (DPMT), a prisão de um defensor público e de um procurador do Estado ocorreu após ambos tentarem intervir em uma abordagem realizada por policiais militares. O órgão definiu a atuação da PM como “truculenta” e “abusiva”.
A CNN descobriu que os prisioneiros foram identificados como André Rossignolodefensor público e Daniel GomesProcurador do Estado.
André e Daniel estavam no local com amigos, depois de um jogo de futebol, quando um homem ensanguentado entrou no estabelecimento pedindo ajuda. No momento seguinte, o defensor solicitou ao segurança do estabelecimento que chamasse a polícia, momento em que foi informado que o homem era morador de rua, usuário de drogas e que havia sido agredido pela polícia.
Em vídeo divulgado e viralizado nas redes sociais, é possível ver o momento em que o morador de rua grita enquanto é imobilizado no chão do estabelecimento por policiais militares que foram ao local.
Deitado, ele afirma: “Vão me matar. Estou ofegante.” Questionado pelos presentes no local, um dos agentes afirma que se trata de um procedimento policial e ordena que as pessoas não questionem a ação. Veja o momento:
Segundo a Defensoria Pública, na época, o defensor, que filmava a abordagem, foi até a polícia e tentou interromper a situação, momento em que se apresentou como membro da Defensoria Pública de Mato Grosso e começou ser agredido verbalmente por um dos militares, além de ter o celular que usava para registrar a ação arrancado de suas mãos.
Em outro vídeo, também publicado nas redes, foi registrado o momento em que um segundo consumidor do estabelecimento (que não estava com a defensoria pública e o Ministério Público) foi agredido pela polícia. Então, do lado de fora do bar, na tentativa de falar com a polícia para recuperar seu aparelho, o defensor público é preso, algemado e colocado na viatura. Assistir:
Em nota, a Polícia Militar do estado afirmou que não concorda com qualquer tipo de violência ou abuso de poder por parte de seus integrantes e que abriu inquérito junto à Inspetoria-Geral para apurar a conduta dos militares.
Segundo a Polícia Civil do estado, após serem conduzidos à Central de Flagrantes, o defensor público e o promotor foram liberados pelo policial de plantão, que afirmou não ter encontrado indícios de nenhum crime cometido por eles.
Em nota, a Defensoria Pública afirmou que após ser informada sobre o ocorrido entrou em contato com as autoridades competentes. “Para preservar a imagem das vítimas e expor a verdade dos fatos, [a defensoria] destaca a confiança na atitude e integridade dos seus profissionais, bem como na capacidade das Instituições em analisar e gerir a situação de forma firme e imparcial”, acrescentou o órgão.
A Defensoria Pública afirmou ainda que não tolera qualquer tipo de abuso contra os defensores públicos e que continuará trabalhando para controlar situações de violência ou abuso de poder.
*Sob supervisão Carolina Figueiredo
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