O Superior Tribunal Militar (STM) negou por unanimidade, na manhã desta segunda-feira (1º), o pedido de habeas corpus para Jesser Marques Fidelix, integrante do Comando Vermelho, envolvido no roubo de metralhadoras de um quartel do Exército em Barueri, ocorrido em Setembro do ano passado.
Além de Fidelix, outros dois militares e um civil, supostamente outro integrante da facção criminosa, permanecem presos aguardando o desfecho do caso. Em abril deste ano, a Justiça Militar já havia negado a soltura dos militares envolvidos. Novas análises dos casos deverão ocorrer no segundo semestre deste ano.
Outros dois militares, um tenente-coronel e um tenente, indiciados por participação indireta no crime, enfrentam o caso em liberdade. Quatro civis, acusados de negociar as armas, ainda não foram localizados.
Jesser Marques Fidelix foi preso em abril passado em um condomínio de luxo em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, durante o cumprimento de nove mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Segundo a polícia carioca, a Fidelix é fornecedora de armas e drogas para organizações criminosas do Rio de Janeiro, especialmente o Comando Vermelho (CV).
Natural do Espírito Santo, Fidelix tem seis endereços no Rio e em São Paulo, mas declarou à Justiça Militar Federal o endereço de uma pequena distribuidora de bebidas na capital fluminense, desativada desde 2023.
Pedido de liberdade
A defesa de Fidelix entrou com pedido de habeas corpus contra a prisão preventiva decretada pelo juiz da 2ª Auditoria Militar de São Paulo. O réu enfrenta ação penal por venda ilegal de armas de fogo na Justiça Militar.
O advogado de Fidelix argumentou que as informações da Polícia Judiciária não têm relação com o crime que tramita no Tribunal Militar, não têm relevância criminal e não justificam a prisão preventiva.
No entanto, o ministro que avaliou o caso destacou que a decisão sobre a prisão apresentou dados concretos que indicam risco à ordem pública pela possível conduta dos acusados.
Além disso, foi mencionado que Fidelix tem transações financeiras ligadas a criminosos no mercado ilegal de armas de fogo, incluindo transferências financeiras entre ele e a irmã de um conhecido traficante internacional de armas.
Lembre-se do caso
O Exército constatou o desaparecimento das 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra após vistoria no quartel de Barueri, no dia 10 de outubro. Foram roubadas 13 metralhadoras calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7,62 mm.
O Comando Militar do Sudeste abriu inquérito policial militar para apurar o caso, concluindo que os militares foram negligentes e negligentes. Em outubro de 2023, foi ordenada a prisão disciplinar dos militares acusados de envolvimento no furto.
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