Com base nos dados do Ministério da Saúde, o número total de mortes por asma no Brasil entre 2019 e 2023 é de 12.195 casos. Em 2024, foram notificadas 883 mortes entre janeiro e junho.
Embora tenha aumentado em 2022, o número de óbitos em 2023 e nos primeiros meses de 2024 indica uma possível tendência de queda em relação aos anos anteriores. Confira as informações no comparativo abaixo.
Ano e número de mortes
- 2019 | 2.270
- 2020 | 2.552
- 2021 | 2.338
- 2022 | 2.614
- 2023 | 2.421
Doença é a terceira mais atendida pelo SUS
Existem cerca de 20 milhões de brasileiros com asma, entre crianças e adultos, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença crônica é a terceira mais coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2023 foram 42,4 milhões de procedimentos em decorrência da doença. No mesmo período, a saúde pública admitiu 83,2 mil internações por agravamento da asma. Esse serviço custou aos cofres do Estado cerca de R$ 265 milhões.
Em 2024, entre janeiro e abril, o SUS atendeu 18,2 mil internações, enquanto foram realizados 14,4 milhões de procedimentos. Isso custou R$ 119,1 milhões ao orçamento da saúde pública.
Embora o número de internações tenha caído, ao comparar a média mensal de 2023 com 2024, o número de procedimentos e o custo dos cuidados aumentaram este ano.
Em 2023, a média foi de 3,5 milhões de procedimentos realizados. Em 2024 essa média sobe para 3,6 milhões. O custo médio mensal em 2023 foi de R$ 22 milhões. Em 2024 o custo mensal para o sistema público de saúde saltou para R$ 29,7 milhões.
O Ministério da Saúde ressalta que os números relativos a internações e procedimentos não se referem ao número de pessoas atendidas, mas sim ao número de serviços prestados. Portanto, um mesmo indivíduo pode ter realizado mais de um procedimento ou ter sido internado mais de uma vez.
Tratamento pelo SUS e os desafios
O financiamento de medicamentos para o tratamento da asma na Atenção Primária à Saúde (APS), no âmbito do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF), é de responsabilidade tripartite (União, Estados e Municípios), cabendo aos Estados e Municípios programação, aquisição, distribuição e dispensação, de forma que os recursos repassados sejam destinados à aquisição de medicamentos. As informações são do Ministério da Saúde.
A CNN, Ricardo Figueiredo, membro do Comitê Científico de Asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, comentou sobre as dificuldades na divulgação do tratamento e das informações sobre a doença.
“No Brasil, o tratamento da asma enfrenta vários desafios. Muito progresso foi feito na última década com a disponibilidade de corticosteróides inalados e broncodilatadores em farmácias populares, resultando em uma redução significativa nas hospitalizações e mortes por asma. Porém, esses medicamentos não atendem totalmente às necessidades dos pacientes moderados e graves”, alerta Figueiredo.
Ele destaca que a adesão ao tratamento muitas vezes é comprometida por fatores socioeconômicos, falta de informação e dificuldades de acesso aos serviços de saúde. Outro fator importante é a educação continuada de especialistas e profissionais da atenção primária, que melhora o diagnóstico e o manejo da asma, principalmente nas formas graves da doença.
“Treinar esses profissionais para identificar e tratar a asma grave pode reduzir significativamente as hospitalizações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As ações que visam sensibilizar e educar os pacientes são também essenciais para garantir que seguem corretamente os tratamentos prescritos, reduzindo assim as complicações e as crises de asma”, acrescenta Ricardo Figueiredo.
Fatores de risco
A asma possui componente hereditário (genético), que pode ou não se manifestar devido a influências ambientais, como exposição a alérgenos, poluição, fumaça de cigarro, infecções (componente epigenético).
“As infecções virais de inverno são o mecanismo mais importante para o agravamento dos sintomas da asma. A asma também pode ter um componente alérgico, sendo mais comum quando se inicia na infância, mas pode desenvolver-se na idade adulta através de mecanismos extrínsecos (não alérgicos). Portanto, pode começar na infância e melhorar, com recaída na idade adulta, ou pode começar em qualquer idade”, explica Figueiredo.
A doença pode impactar a qualidade de vida, com prejuízo nas atividades diárias, faltas ao trabalho e faltas escolares. Além disso, pode levar ao risco de crises graves, que requerem cuidados hospitalares, mesmo em pacientes com crises pouco frequentes.
“Não podemos esquecer que todos os dias morrem de 5 a 7 pessoas no Brasil com asma, o que poderia ser evitado com um melhor controle da doença e informações adequadas”, lembra Ricardo Figueiredo.
Pesquisa e Inovação
Os recentes avanços na investigação da asma proporcionaram uma nova esperança aos pacientes e aos profissionais de saúde. Segundo o especialista da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a maior parte dos estudos está focada na melhor compreensão dos mecanismos subjacentes à doença, o que pode levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e personalizados.
Recentemente, um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) indicou que caminhar pelo menos 7.500 passos diários pode contribuir para o controle da asma moderada ou grave em adultos.
No Brasil, um grupo de pesquisadores desenvolveu um pão funcional com potencial para prevenir a asma.
O estudo foi financiado pela FAPESP, onde pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) incorporaram, pela primeira vez, a levedura S. cerevisiae UFMG A-905 na produção de pães fermentados naturalmente.
Durante 27 dias, ratos com asma foram alimentados com pão. Ao final do experimento, apresentaram menor inflamação das vias aéreas, com diminuição dos biomarcadores de asma. Esses resultados são semelhantes a estudos anteriores, que confirmaram a ação da S. cerevisiae viva UFMG A-905 na prevenção da doença.
“A continuidade da pesquisa é vital para descobrir novas formas de transformar a vida dos pacientes com asma e melhorar os indicadores de saúde pública desta população”, finaliza Figueiredo.
Compartilhar:
o que emprestimo consignado
emprestimo consignado manaus
como funciona o emprestimo consignado
o que é emprestimo consignado
juros empréstimo consignado
financeira bmg telefone
o que empréstimo consignado
empréstimo servidor público
emprestimos bh
empréstimos bh
emprestimo consignado publico
emprestimos consignados o que é