Buscando apoiar as políticas públicas estaduais de segurança alimentar, o Instituto Pacto Contra a Fome assinou, nesta terça-feira (18), um acordo de cooperação técnica com o Governo do Pará. O objetivo da ação é fortalecer o Sistema Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (SISANS).
A primeira etapa do projeto mapeará a situação do estado e os desafios para a implementação de políticas de segurança alimentar. “Após o diagnóstico, o próximo passo será apoiar tecnicamente as ações que a SEASTER já realiza para incentivar o SISANS, que consideramos fundamentais para criar as bases necessárias para a implementação de políticas locais de segurança alimentar”, explicou Bianca Lobato, líder do projeto na Pacto Contra a Fome.
Em 2023, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará era o estado com o maior número proporcionalmente de domicílios em situação de insegurança alimentar moderada ou grave (20,3%), com um em cada cinco domicílios.
Durante evento de divulgação do acordo, o governador Helder Barbalho (MDB) falou em “cuidar de quem mais precisa”. “Olhar para quem mais precisa, reduzir a vulnerabilidade social e a insegurança alimentar, atuar em políticas públicas que gerem renda e emprego para garantir comida na mesa de quem mais precisa. Essa é a missão, esse é o objetivo e vamos trabalhar para que o Pará garanta esse direito a todos os paraenses”, disse o governador.
O projecto prevê também a participação do sector privado na agenda de segurança alimentar e o desenvolvimento de indicadores de impacto e monitorização. “A mobilização do sector privado é importante e será uma oportunidade única para avaliar, na prática, o apoio que este sector pode prestar para fortalecer as políticas públicas relacionadas com a segurança alimentar”, afirmou Lobato.
A CEO do Pacto Contra a Fome, Rosana Blasio, destacou a importância da iniciativa, considerando que o estado será sede da COP30 em 2025. “Todos nós, tendo passado fome na vida ou não, podemos imaginar o sofrimento que é para essas pessoas não terem comida no prato quando estão com dor de estômago ou ver uma criança chorando de fome e não ter comida para oferecer. Por isso, quando assinamos um documento que prevê ações conjuntas para melhorar esse cenário e seus indicadores, ficamos orgulhosos e ansiosos para avançar no alcance de resultados concretos e na geração de impactos relevantes para a população”, destacou.
Fome no Brasil
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março de 2024, mostraram que 21,6 milhões (27,6%) de domicílios brasileiros apresentavam algum nível de insegurança alimentar no último trimestre do ano passado.
Segundo a pesquisa, 14,3 milhões (18,2%) sofriam de insegurança alimentar leve; 4,2 milhões (5,3%) com insegurança alimentar moderada e 3,2 milhões (4,1%) com insegurança alimentar grave.
O número mostrou redução dos domicílios com insegurança alimentar, considerando a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, quando 36,7% dos domicílios do país apresentavam insegurança alimentar, sendo 24,0% com insegurança alimentar leve, 8,1% com insegurança alimentar moderada e 4,6% com insegurança alimentar grave.
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