Israel deve fazer mais para proteger os civis palestinos na Faixa de Gaza e “remover todos os obstáculos ao fluxo de ajuda em grande escala através de todas as travessias e rotas” para a região, disseram os Estados Unidos ao Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (29).
“O padrão contínuo de danos civis significativos resultantes de incidentes como os ataques aéreos de domingo mina os objectivos estratégicos de Israel em Gaza”, disse o vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, ao conselho de 15 membros.
Um ataque israelense causou neste domingo (26) um incêndio em um acampamento em uma zona humanitária em Rafah, ao sul de Gaza, matando pelo menos 45 pessoas.
Israel, que é aliado dos EUA, sublinhou que tinha como alvo os combatentes do Hamas e não tinha intenção de matar civis.
A Argélia apresentou nesta terça-feira (28) um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU que ordena que Israel “suspenda imediatamente sua ofensiva militar” em Rafah.
Na quarta-feira, Wood destacou aos jornalistas que os EUA estão a investigar o assunto, mas é pouco provável que a acção da ONU seja útil ou mude a situação no terreno.
O texto cita ainda uma decisão de 24 de maio do Tribunal Internacional de Justiça que ordenou a Israel suspender imediatamente o ataque militar a Rafah, uma decisão histórica de emergência no caso sul-africano que acusa Israel de genocídio.
Wood disse que a medida da CIJ está em linha com a posição dos EUA de que Israel deveria evitar uma grande operação militar em Rafah, que colocaria em risco um grande número de civis.
No entanto, os EUA enfatizaram nesta terça-feira (28) que as ações de Israel na área não representavam uma grande operação terrestre que mudaria a política dos EUA em relação a Israel.
“Continuamos a acreditar que existem alternativas a uma grande operação que promoveria melhor o objectivo de Israel de derrotar de forma duradoura o Hamas e também de proteger palestinianos inocentes”, disse Wood.
“Israel tem o direito de se defender contra o Hamas. Mas Israel também tem a obrigação de proteger os civis”, alertou o diplomata.
“O facto de os líderes e combatentes do Hamas se esconderem entre civis não diminui a necessidade de Israel conduzir as suas operações de acordo com o direito humanitário internacional”, concluiu.
O acesso da ajuda humanitária a Gaza tem sido extremamente limitado desde que Israel iniciou a operação militar em Rafah, disse a ONU.
“É preciso fazer mais para garantir que mais ajuda chegue a Gaza através de todas as rotas e possa ser distribuída com segurança aos necessitados em Gaza”, destacou Wood.
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