Espera-se que Espanha, Irlanda e Noruega reconheçam formalmente um Estado palestino nesta terça-feira (28) – uma medida que fortalecerá a causa palestina global, mas que prejudicou ainda mais as relações entre a Europa e Israel.
Num discurso televisionado na terça-feira, o primeiro-ministro Pedro Sánchez confirmou que a Espanha reconhecerá um Estado palestiniano incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, unificado sob a Autoridade Nacional Palestiniana, tendo Jerusalém Oriental como capital.
Sanchez disse que não reconhecerá quaisquer mudanças nas fronteiras palestinas depois de 1967, a menos que todas as partes concordem com elas. O governo espanhol aprovará formalmente o reconhecimento nesta terça-feira.
A decisão de Espanha, segundo Sánchez, “não foi contra ninguém, muito menos contra Israel, uma nação amiga que Espanha valoriza e tem em alta conta”, acrescentando que a decisão reflecte a “rejeição absoluta da Espanha ao Hamas, uma organização terrorista que é contra uma solução de dois Estados.”
As três nações europeias dizem que a sua decisão histórica é a melhor forma de alcançar uma paz duradoura no Médio Oriente, mas suscitou rápida condenação de Israel, uma vez que o seu ministro dos Negócios Estrangeiros ordenou a retirada imediata dos seus embaixadores desses países.
A maior parte do mundo já reconhece a condição de Estado palestiniano: mais de 140 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas oficializaram o seu reconhecimento. Mas apenas algumas nações dos 27 membros da União Europeia estão entre eles. Nações que não incluem aliados leais de Israel, como os Estados Unidos e a Alemanha.
Em 10 de Maio, uma votação não vinculativa na Assembleia Geral da ONU mostrou um apoio internacional esmagador a um Estado palestiniano independente, deixando os EUA e alguns dos aliados de Israel isolados.
Israel e os EUA sustentam que um Estado palestiniano só deve ser estabelecido através de um acordo negociado.
Pressão sobre Israel
O reconhecimento planeado simboliza a enorme pressão que Israel sofre após sete meses de guerra que devastou Gaza, causou uma crise humanitária e matou mais de 36.000 pessoas em Gaza desde 7 de Outubro.
A decisão surge depois de o Tribunal Internacional de Justiça ter ordenado a Israel que suspendesse imediatamente a sua operação militar em Rafah.
Israel enfrenta níveis sem precedentes de pressão diplomática para controlar a sua ofensiva militar em Gaza.
(Com informações de Catherine Macdonald da Reuters)
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