Os Estados Unidos e vários aliados, incluindo o Reino Unido, Canadá, Austrália, Alemanha e Japão, emitiram uma declaração conjunta na sexta-feira pedindo que Taiwan fosse autorizado a participar numa reunião importante da Organização Mundial da Saúde na próxima semana.
Taiwan está excluída da maioria das organizações internacionais devido a objeções da China, que considera a ilha governada democraticamente como seu território.
Taiwan participou na Assembleia Mundial da Saúde da OMS como observador de 2009 a 2016, sob a administração do então presidente Ma Ying-jeou, que assinou importantes acordos comerciais e de turismo com a China.
No entanto, Pequim começou a bloquear a participação de Taiwan em 2017, após a posse da ex-presidente Tsai Ing-wen, devido à sua recusa em concordar com a posição da China de que tanto a China como Taiwan fazem parte de “uma só China”.
“À medida que se aproxima a 77ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde deste ano, em Genebra, Taiwan continua largamente excluído do sistema de saúde internacional mundial”, afirmou a declaração conjunta emitida pelas embaixadas dos Estados Unidos e outros aliados em Taipei.
“Convidar Taiwan como observador seria o melhor exemplo do compromisso da OMS com uma abordagem inclusiva e de ‘saúde para todos’ na cooperação internacional em saúde”, afirma a nota.
“O isolamento de Taiwan da Assembleia Mundial da Saúde, o principal fórum global de saúde, é injustificado e mina a cooperação e a segurança global inclusiva em saúde pública que o mundo exige.”
Falando em Taipei, o ministro da Saúde de Taiwan, Chiu Tai-yuan, disse que uma delegação viajaria a Genebra para reuniões paralelas com países amigos.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse que como o governo de Taiwan não aceita o princípio de “uma só China”, não há “base política” para a sua participação no evento.
O governo taiwanês afirma que Pequim não tem o direito de falar ou representar Taiwan no cenário internacional.
A China detesta o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, que tomou posse na segunda-feira (20). Pequim o chama de “separatista” e, nesta quinta-feira (23), lançou dois dias de exercícios militares perto da ilha para expressar a indignação chinesa com seu discurso de posse.
A OMS disse que a participação de Taiwan é uma questão a ser decidida pelos Estados-membros e que a organização “facilita o envolvimento de especialistas taiwaneses nas atividades técnicas da OMS”.
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