O analista internacional Lourival Sant’Anna, durante sua participação no Horário nobre da CNNexpressou preocupação com as recentes ações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmando que está se distanciando dos esforços para libertar os reféns ainda detidos pelo Hamas em Gaza.
Segundo Sant’Anna, Netanyahu priorizou as ações militares em detrimento das negociações diplomáticas.
O analista citou dois acontecimentos recentes que corroboram esta visão: “Primeiro ele matou os filhos e netos de Ismail Haniyeh, que era o líder do Hamas, no dia em que houve negociações em Doha, no Catar. Então Netanyahu matou o próprio Haniyeh.”
Estratégia militar e pressão interna
O especialista defende que a estratégia de Netanyahu está fortemente ancorada no uso da força militar, o que tem gerado críticas tanto a nível interno como a nível internacional.
Sant’Anna destacou que a sociedade israelita, sendo democrática, tem manifestado forte descontentamento com a condução da campanha em Gaza, especialmente devido à falta de prioridade dada à libertação dos cerca de 100 reféns israelitas ainda detidos pelo Hamas.
A abertura de uma nova frente de conflito no Líbano, com os recentes ataques a alvos do Hezbollah em Beirute, é vista por Sant’Anna como mais uma prova da abordagem militarista de Netanyahu.
O analista referiu que o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, manifestou preocupação com a escalada do conflito, afirmando que “a diplomacia é a melhor solução” e que os EUA “não querem uma guerra total”.
Reações internacionais
Sant’Anna também comentou as reações internacionais às ações de Israel, incluindo o protesto silencioso na Assembleia Geral da ONU, onde diversas delegações, inclusive a brasileira, se retiraram antes do discurso de Netanyahu.
No entanto, o analista questionou a “indignação seletiva” de alguns países, comparando a situação com a invasão russa da Ucrânia, onde não foram observadas reações semelhantes.
Apesar das críticas à desproporcionalidade da campanha israelita em Gaza, Sant’Anna reconheceu que a situação no Líbano é diferente, argumentando que o Hezbollah atacou o norte de Israel, forçando a deslocação de até 80 mil pessoas.
Neste contexto, o analista considera que o direito internacional permite uma resposta como a que Israel está a dar neste momento.
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