O foco da guerra no Médio Oriente mudou drasticamente, passando da Faixa de Gaza para a fronteira norte de Israel com o sul do Líbano. Américo Martins, analista sénior da International, avalia que o conflito entre Israel e o Hezbollah poderá intensificar-se, seguindo um padrão semelhante ao observado em Gaza.
Segundo Martins, os militares israelenses admitiram esta mudança de foco, concentrando esforços na destruição das posições militares do Hezbollah. O grupo libanês, por sua vez, demonstrou capacidade de atingir áreas próximas a Tel Aviv, maior cidade israelense, além de já ter atacado Haifa.
Escalada de violência e possível invasão de terras
O número de vítimas libanesas é alarmante e a força aérea israelita promete continuar a bombardear “impiedosamente” o sul do Líbano e as áreas a leste da capital Beirute, especialmente o Vale do Beca, uma região de maioria xiita e base de apoio do Hezbollah.
Martins traça um paralelo entre a situação actual no Líbano e o início da campanha israelita em Gaza: “Israel começou, se bem se lembram, a campanha na Faixa de Gaza bombardeando posições do Hamas durante vários dias seguidos, o que obviamente também tem um número elevado de pessoas mortas, incluindo mulheres, crianças e outros civis.”
O analista alerta para a possibilidade de uma invasão terrestre israelita no sul do Líbano, semelhante à ocorrida em Gaza. “É muito provável que isto aconteça também no Líbano”, afirma Martins, explicando que o objectivo de Israel é criar uma zona tampão no sul do Líbano para evitar que o Hezbollah continue a atacar o norte israelita.
Risco de expansão do conflito
Martins destaca que estamos a assistir “ao início do que já é uma guerra aberta, que poderá até alastrar-se com outros atores do Médio Oriente envolvidos”. A situação é delicada e o risco de uma escalada regional é significativo, o que poderia atrair outros países e grupos para o conflito.
A comunidade internacional acompanha o desenvolvimento dos acontecimentos com apreensão, temendo que a intensificação das hostilidades entre Israel e o Hezbollah possa desestabilizar ainda mais a já frágil situação no Médio Oriente.
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