Centenas de pessoas, a maioria mulheres, se reuniram em cidades de toda a França neste sábado (14) em apoio a Gisele Pelicot. O marido de Pelicot está em julgamento, acusado de drogá-la e recrutar dezenas de estranhos para a violar durante quase uma década, num caso que chocou o país.
Associações feministas convocaram cerca de 30 reuniões em cidades que vão de Marselha a Paris, onde cartazes diziam “Apoio a Gisele” ou “A vergonha deve mudar o campo” e os manifestantes gritavam “Vítimas, acreditamos em vocês”.
À medida que a história se espalha por França desde o início do julgamento no início deste mês, Pelicot, agora com 72 anos, tornou-se um símbolo de coragem e resiliência e da luta contra a violência sexual.
Foi sua decisão renunciar a um julgamento privado e, em vez disso, insistir num julgamento público, que deverá ter lugar em Dezembro, para alertar o público sobre o abuso sexual e os apagões induzidos pelas drogas, disseram os seus advogados.
“Agradecemos mil vezes a sua enorme coragem”, disse a activista feminista Fátima Benomar, da associação “Coudes a Coudes”, à BFM TV, acrescentando que os encontros serviram também para mostrar apoio a todas as vítimas de violação.
Em Marselha, onde cerca de 200 manifestantes se reuniram em frente ao Palais de Justice, Lou Salome Patouillard, uma artista de 41 anos, disse: “Estou aqui para apoiar Gisele e todas as mulheres, porque há muitas Giseles, muitas Giseles .”
Lembre-se do caso
Dominique Pelicot, 71 anos, é acusado de estuprar repetidamente e recrutar estranhos para abusar de sua esposa fortemente sedada na casa do casal durante uma década.
Ele deveria inicialmente testemunhar na semana passada, mas foi dispensado devido a problemas de saúde. Ele deverá prestar depoimento na segunda-feira (16), desde que tenha condições de fazê-lo.
Os promotores disseram que Pelicot ofereceu sexo à esposa em um site e filmou o abuso. Outros cinquenta homens acusados de participar no abuso também estão a ser julgados.
A advogada de Pelicot, Beatrice Zavarro, disse à mídia francesa que ele admite seus crimes. Alguns dos outros réus admitiram a culpa dela, enquanto outros disseram pensar que a esposa dele fingiu estar dormindo, segundo a mídia francesa.
Cada um deles pode pegar até 20 anos de prisão se for considerado culpado.
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