Autoridades de defesa chinesas e russas criticaram o Ocidente num fórum de diplomacia militar em Pequim na sexta-feira, com a China cortejando o Sul Global e a Rússia dizendo que os Estados Unidos estão transferindo os conflitos militares para a região da Ásia-Pacífico. Pacífico.
O ministro da Defesa chinês, Dong Jun, disse no fórum anual de Xiangshan que Pequim fortalecerá os laços militares com seus vizinhos e especialmente com os países em desenvolvimento.
“Os grandes países devem assumir a liderança na protecção da segurança global, abandonar uma mentalidade de soma zero e abster-se de intimidar os pequenos e os fracos”, disse Dong, numa crítica velada aos Estados Unidos que não mencionou especificamente.
As comunicações entre os militares dos EUA e da China diminuíram apesar das tensões sobre o Mar da China Meridional, de Taiwan e das preocupações de Washington sobre a estreita relação de Pequim com a Rússia, que está em guerra na Ucrânia.
Os atritos foram destacados pelo ministro da Defesa alemão, que confirmou que dois navios de guerra alemães navegaram nesta sexta-feira (13) pelo Estreito de Taiwan, o primeiro trânsito desse tipo em duas décadas e uma ação condenada pela China.
Dong fez a sua declaração a representantes de 90 países e organizações internacionais no fórum de três dias, que termina no sábado.
Ele disse que os países da região devem “buscar força através da unidade e confiar em si mesmos para a sua própria paz”.
O vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, disse durante o fórum que os EUA estão tentando conter a China e a Rússia enquanto se preparam para a guerra na Ásia, criando novos blocos de segurança.
“A Rússia e a China apoiam a criação de uma ordem mundial justa e multipolar baseada na igualdade e no respeito mútuo”, disse ele.
“Para criar condições para forçar a Rússia a negociar com base nas fórmulas de Kiev, os países da NATO (aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte) planeiam enviar tropas para a Ucrânia”, acrescentou. “Este é um jogo perigoso que pode levar a conflitos diretos entre potências nucleares.”
A NATO diz que não tem planos de enviar tropas para a Ucrânia. Kiev acusa a Rússia de tentar impor as suas próprias condições de paz à Ucrânia e procura a retirada russa e a restauração das fronteiras pós-soviéticas de 1991.
Pequim está a promover-se como um participante responsável nos conflitos globais, apesar das dificuldades no seu próprio quintal. O fórum deste ano tem como tema “Promovendo a Paz para um Futuro Compartilhado”.
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