Uma pesquisa recente da Universidade Quinnipiac sobre as intenções de voto para as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2024 revelou um quadro surpreendente.
Apesar da vice-presidente dos EUA, a democrata Kamala Harris, liderar com 49% das intenções de voto contra 47% do ex-presidente republicano Donald Trump, o estudo mostrou um crescimento notável no apoio a Trump entre os eleitores negros e hispânicos.
Professor Carlos Gustavo Poggio, em entrevista ao CNN 360°analisou os resultados da pesquisa, destacando um fenômeno que tem chamado a atenção de especialistas.
“Desde antes da candidatura de Kamala Harris, quem acompanhava as sondagens nos Estados Unidos já detectava um fenómeno muito interessante: apesar de tudo o que se dizia sobre Donald Trump, ele estava a conseguir aumentar o seu apoio entre os eleitores negros e hispânicos”, ele explicou. Poggio.
Desempenho histórico entre eleitores negros
Um dos dados mais surpreendentes da pesquisa mostra que Trump tem 20% de apoio entre os eleitores negros.
“À primeira vista pode parecer um número muito baixo, mas se considerarmos que nenhum candidato republicano à presidência nas últimas décadas chegou perto de 10% entre os eleitores negros, é um resultado significativo”, pontuou o professor.
Caso esse número se confirme nas urnas, representará o melhor desempenho de um candidato republicano entre os eleitores negros nas últimas décadas, marcando uma mudança importante no cenário político americano.
Empate técnico entre eleitores hispânicos
Outro ponto destacado na pesquisa foi o empate técnico de 48% nas intenções de voto entre os eleitores hispânicos de Trump e Harris.
Poggio destaca que este resultado faz parte de uma tendência de apoio crescente a Trump entre este grupo demográfico.
O professor aponta possíveis razões para este fenómeno: “Os eleitores hispânicos tendem a ser muitas vezes religiosos, tendem a ter valores mais conservadores, por isso tendem a identificar-se frequentemente com o discurso republicano”.
Além disso, Poggio menciona que questões como a economia e a segurança pública são mais relevantes para este eleitorado do que questões relacionadas com a imigração, como muitos supõem.
Este cenário desafia a narrativa tradicional sobre o comportamento eleitoral das minorias nos Estados Unidos e poderá ter implicações significativas para as estratégias de campanha de ambos os partidos nas próximas eleições presidenciais.
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