O líder espiritual supremo do Taleban disse que o grupo transformou o Afeganistão em um país islâmico baseado na sharia (lei islâmica), enquanto ex-insurgentes marcavam três anos de governo com um enorme desfile militar na Base Aérea de Bagram, perto de Cabul.
“O sistema é islâmico e baseado na sharia, a sharia está sendo implementada”, disse o líder supremo Haibatullah Akhundzada, em discurso compartilhado pelo porta-voz do governo na noite de quarta-feira (14).
“Enquanto estivermos vivos, defenderemos e aplicaremos a fé de Alá (Deus) e a sharia em nós mesmos e nos outros”, disse ele.
Diplomatas estrangeiros e muitos afegãos culpam a interpretação estrita da lei sharia feita por Akhundzada por uma série de restrições à educação, ao vestuário e às viagens das mulheres, que têm sido introduzidas de forma constante ao longo dos últimos três anos.
Após uma ofensiva relâmpago enquanto as forças estrangeiras lideradas pelos EUA se retiravam após 20 anos de guerra inconclusiva, os talibãs entraram em Cabul em 15 de agosto de 2021.
As forças de segurança afegãs, criadas com anos de apoio ocidental, desintegraram-se e o Presidente Ashraf Ghani, apoiado pelos EUA, fugiu.
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Combatente talibã em patrulha em Cabul na quarta-feira (18) Crédito: AP
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Guardas afegãos tentam manter a ordem enquanto centenas de pessoas se reúnem em frente ao Aeroporto Internacional de Cabul nesta terça-feira (17) Crédito: AP
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Afegãos em frente ao Aeroporto Internacional de Cabul nesta terça-feira (17) Crédito: AP
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Combatentes do Taleban montam guarda em posto próximo à Embaixada dos Estados Unidos em Cabul, nesta terça-feira (17) Crédito: AP
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Combatente do Taliban guardando posto próximo à Embaixada dos Estados Unidos, nesta terça-feira (17) Crédito: AP
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Combatentes do Taleban vigiam as ruas de Cabul nesta quinta-feira (19), em comemoração ao “Dia da Independência do Afeganistão” Crédito: AP
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Afegãos agitam uma nova bandeira que se tornou símbolo da tomada do Taleban na quinta-feira (19) Crédito: AP
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Repórter Clarissa Ward, da CNN, nas ruas de Cabul, nesta quinta-feira (19) Crédito: Brent Swails/CNN via AP
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Combatentes do Taleban exibem armas nas ruas de Cabul nesta quinta-feira (19), durante o “Dia da Independência do Afeganistão” Crédito: AP
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Combatentes do Taleban durante o “Dia da Independência do Afeganistão” nesta quinta-feira (19) Crédito: AP
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Combatentes do Taleban com armas de assalto dos EUA são fotografados em desfile do “Dia da Independência do Afeganistão” nesta quinta-feira (19) Crédito: Talibã
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Combatentes do Taleban patrulham as ruas de Cabul na sexta-feira (20) Crédito: AP
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Soldados dos EUA puxando criança durante evacuação em Cabul na sexta-feira (20) Crédito: AP
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Soldado dos Estados Unidos cumprimenta criança no Aeroporto Internacional de Cabul, durante retirada das tropas na sexta-feira (20) Crédito: AP
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Soldados dos Estados Unidos cercam aeroporto de Cabul durante evacuação de tropas na sexta-feira (20) Crédito: AP
O Taleban realizou um desfile militar um dia antes do aniversário, na quarta-feira (14), incluindo marchas de suas forças de segurança exibindo tanques e armas em Bagram, que já foi a maior base militar da coalizão liderada pelos EUA.
Grande parte do equipamento já esteve na posse dos militares afegãos e foi fornecido por forças estrangeiras, mas foi confiscado pelos talibãs depois de assumirem o controlo.
Três anos depois, os talibãs melhoraram alguns indicadores económicos, como as exportações, e os combates generalizados cessaram, embora os ataques, incluindo os reivindicados pelos radicais do Estado Islâmico, continuem em áreas urbanas.
No entanto, um grande corte no financiamento do desenvolvimento e as restrições ao sector bancário, lideradas por Washington, contribuíram para a enorme crise humanitária do país, com mais de metade da população a precisar de ajuda para sobreviver.
Os governos ocidentais afirmaram que qualquer caminho para o reconhecimento e a reversão das sanções está paralisado até que os talibãs mudem de rumo em relação aos direitos das mulheres.
As raparigas com mais de 12 anos são impedidas de receber educação formal, as mulheres geralmente não são autorizadas a viajar longas distâncias sem um tutor masculino e são proibidas de frequentar ginásios e parques.
Os talibãs afirmam respeitar os direitos das mulheres de acordo com a sua interpretação da cultura afegã e da lei islâmica.
“Três anos depois, a absoluta ausência de quaisquer medidas concretas para enfrentar a catástrofe dos direitos humanos no Afeganistão é uma fonte de vergonha para o mundo”, afirmou Samira Hamidi, ativista regional para o Sul da Ásia na Amnistia Internacional, num comunicado.
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