O presidente da Assembleia venezuelana, Jorge Rodríguez, propôs uma reforma eleitoral que impediria países estrangeiros de comentar as eleições venezuelanas.
Esta medida reflete a crescente tensão entre o regime de Nicolás Maduro e a comunidade internacional.
O analista internacional Lourival Sant’Anna destacou durante o Horário nobre da CNN um perfil detalhado de Rodríguez, destacando seu papel crucial no regime venezuelano.
Segundo Sant’Anna, Rodríguez é mais do que apenas o presidente da Assembleia; ele é uma das figuras que realmente controla o país.
O passado que moldou o presente
Jorge Rodríguez, psiquiatra de formação, tem um histórico familiar marcado por violência política. Seu pai, um guerrilheiro de esquerda, foi assassinado após sequestrar um empresário americano.
Este acontecimento traumático alimentou em Rodríguez um profundo ressentimento contra o anterior regime democrático da Venezuela.
Em 2003, Rodríguez juntou-se ao movimento chavista, subindo rapidamente na hierarquia do poder.
A sua experiência no Conselho Nacional Eleitoral deu-lhe um conhecimento profundo do sistema político venezuelano, que agora utiliza para fortalecer o controlo do regime.
O verdadeiro poder por trás do trono
Sant’Anna sublinha que embora Nicolás Maduro seja o rosto público do governo, o verdadeiro poder está nas mãos de figuras como Rodríguez e o procurador-geral Tarek William Saab.
“Nicolás Maduro é uma figura de fachada”, afirma o analista, sugerindo que, no caso da queda de Maduro, Rodríguez poderá emergir como o novo líder autoritário do país.
A proposta de reforma eleitoral de Rodríguez é vista como uma extensão da sua abordagem linha-dura, destinada a silenciar as críticas internacionais às práticas eleitorais da Venezuela.
No entanto, Sant’Anna observa que, apesar da retórica agressiva, a influência de Rodríguez é limitada ao território venezuelano, tornando as suas ameaças contra comentários estrangeiros “totalmente inofensivas”.
Esta situação realça a complexidade do cenário político venezuelano e os desafios enfrentados pela oposição e pela comunidade internacional ao lidar com um regime que procura cada vez mais isolar-se do escrutínio externo.
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