O Departamento de Estado dos Estados Unidos negou ter oferecido anistia ao presidente venezuelano Nicolás Maduro. “Isso não é verdade. Não fizemos nenhuma oferta de anistia a Maduro ou outros desde esta eleição”, disse o vice-porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, nesta segunda-feira (12).
A resposta de Patel ocorre depois que o Wall Street Journal garantiu no domingo (11), citando fontes próximas às conversas, que, após as eleições na Venezuela, nas quais Maduro foi declarado vencedor sem apresentar provas, o governo Biden ofereceu anistia ao presidente venezuelano deixe o poder.
Em março de 2020, os Estados Unidos apresentaram acusações criminais de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro contra Maduro e estabeleceram uma recompensa de 15 milhões de dólares por informações que levassem à sua captura. O presidente venezuelano negou as acusações.
O Conselho Nacional Eleitoral proclamou o presidente venezuelano vencedor, mas até agora não publicou os resultados separados por centro e assembleias de voto que apoiam o anúncio.
Patel acrescentou que “este é o momento” para os partidos na Venezuela “discutirem uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral e os desejos do povo venezuelano”.
O porta-voz adjunto do Departamento de Estado reiterou ainda que “os Estados Unidos estão a considerar várias opções para pressionar Maduro para que a Venezuela regresse ao caminho democrático”, mas sublinhou que esta é uma responsabilidade do presidente venezuelano e das autoridades eleitorais, que devem “ter clareza sobre os resultados eleitorais”.
Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA disse CNN no domingo (11) que estão em contato com aliados regionais e internacionais para “encontrar uma solução para este impasse eleitoral”.
Nas últimas semanas, o governo brasileiro se ofereceu para mediar o conflito pós-eleitoral na Venezuela.
Juntamente com os governos da Colômbia e do México, emitiram uma declaração conjunta na qual afirmavam “absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela” e exigiam progressos rápidos na obtenção de dados discriminados por assembleias de voto.
No fim de semana, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, anunciou que esta semana poderá haver um encontro virtual entre Maduro, Gustavo Petro, Lula da Silva e Andrés Manuel López Obrador.
Durante a conferência de imprensa, Patel disse ainda que o governo dos EUA rejeita o aumento da violência na Venezuela, as detenções em massa e a repressão dos venezuelanos, incluindo membros da oposição.
Segundo a organização não governamental venezuelana Foro Penal, pelo menos 1.300 pessoas foram detidas na Venezuela desde o início dos protestos, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter declarado Maduro vencedor das eleições presidenciais sem apresentar os resultados eleitorais.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou que 25 pessoas morreram em consequência de protestos desde 28 de julho.
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