As Filipinas pediram nesta segunda-feira (12) a Pequim que atendesse aos apelos para reduzir as tensões no Mar do Sul da China, após o que descreveu como ações “muito perigosas” da Força Aérea Chinesa, que ocorreram depois que as duas nações concordaram em administrar melhor as disputas marítimas.
Duas aeronaves chinesas realizaram uma manobra perigosa e lançaram foguetes na direção da aeronave da Força Aérea de Manila enquanto esta realizava uma patrulha de rotina sobre o contestado Scarborough Shoal na quinta-feira, disseram os militares de Manila. A China respondeu dizendo que agiu de forma profissional e legal.
As ações da Força Aérea Chinesa eram esperadas, pois faziam parte de um “padrão contínuo” de Pequim para afirmar suas reivindicações e presença no Mar da China Meridional, disse o secretário de Defesa das Filipinas, Gilberto Teodoro.
“É uma resposta à qual deveríamos estar habituados”, disse Teodoro aos jornalistas, ao apelar à China para cumprir o direito internacional e atender aos apelos das Filipinas e de outros países para “moderar” as suas ações.
O Conselho de Segurança Nacional das Filipinas também apelou à China para “cessar todas as formas de atos provocativos e perigosos”.
A embaixada chinesa em Manila não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. No sábado (10), o Comando do Teatro Sul do Exército de Libertação do Povo Chinês disse que a aeronave filipina havia invadido ilegalmente, apesar dos repetidos avisos.
Pequim reivindica para si quase todo o Mar da China Meridional, incluindo Scarborough Shoal, o que irritou os países vizinhos que disputam algumas fronteiras que dizem cortar nas suas zonas económicas exclusivas.
A China rejeita uma decisão de 2016 do Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia de que as reivindicações abrangentes de Pequim não têm base no direito internacional.
O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., condenou neste domingo (11) as ações da China, contra as quais seu ministro das Relações Exteriores disse na segunda-feira que Manila protestará.
“Esperamos que a China cumpra o direito internacional e a necessidade de desanuviar, especialmente se a sua narrativa for falsa”, disse Teodoro aos jornalistas.
“Eles manterão a narrativa de que sabemos que não há apoio internacional. Tudo o que eles têm a seu favor é força bruta, força e poder”, disse Teodoro.
O chefe militar filipino, Romeo Brawner, disse que “as manobras da China… foram muito perigosas”, mas que os militares não serão dissuadidos e continuarão a patrulhar as águas dentro da zona económica exclusiva do país.
“Esse é o nosso direito”, disse Brawner.
Manila e Pequim, que entraram em confronto no mar no ano passado, chegaram a um “acordo provisório” no mês passado sobre missões de reabastecimento para o navio filipino estacionado em Second Thomas Shoal, já que ambos os lados concordaram em aliviar as tensões e gerir as diferenças.
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