Em entrevista exclusiva com CNN, O opositor venezuelano Juan Guaidó afirmou que a derrota de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais e o pouco apoio popular que o líder tem são “inegáveis”.
Nicolás Maduro foi proclamado vencedor das eleições pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
Contudo, a oposição contesta o resultado e diz que teve acesso a um número suficiente de atas que comprovariam que, de facto, Edmundo González é eleito presidente.
Durante a entrevista exclusiva, Guaidó afirmou que González é o vencedor das eleições e acusou o governo venezuelano de fraude.
“Eles têm os minutos desde domingo. Eles têm a votação, sim, do domingo passado, três, quatro dias depois, o Conselho Nacional não apresentou, ainda não mostrou. Ainda não os mostraram, não porque não os tenham, claro que têm, não podem fazê-lo porque seria uma prova da sua fraude, seria uma prova de que Nicolás Maduro perdeu e por isso não o fizeram. Não vou apresentá-los”, comentou.
Guaidó destacou ainda que “a vontade do povo da Venezuela deve ser respeitada”.
Manifestações na Venezuela
Após a proclamação da vitória de Maduro pela CNE, vários protestos eclodiram no país. Mais de mil pessoas foram presas, segundo o governo venezuelano, e a ONG Foro Penal aponta que houve 11 mortes.
Sobre as manifestações, Guaidó disse CNN que não há celebração nas ruas do país, mas sim protestos pacíficos.
O opositor também acusou o governo de provocar violência.
Guaidó rebate Lula
Questionado sobre a afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que não houve “nada de anormal” no processo eleitoral venezuelano, Juan Guaidó rebateu o brasileiro.
“A situação não é nada normal, apesar do que afirmou o presidente Lula. Acho que o presidente Lula deveria começar agora a cobrar resultados. Além da ata, pergunte ao chanceler Amorim, ao presidente Lula, que sabe muito bem o que aconteceu na Venezuela”, destacou.
Medo pelas vidas dos líderes da oposição
Em outro momento da entrevista com CNN, Juan Guaidó disse temer pelas vidas de María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, de Edmundo González e das pessoas que protestam no país.
“Neste momento, infelizmente, a situação na Venezuela é crítica, perigosa para os adversários, perigosa para María Corina Machado e Edmundo González. O normal seria que o Conselho Nacional Eleitoral já tivesse apresentado a ata e proclamado o vencedor, com quase 70% dos votos”, afirmou Guaidó.
Guaidó afirmou ainda que seria “preso ou morto” se regressasse à Venezuela.
Apoio das Forças Armadas
O chefe das Forças Armadas venezuelanas reafirmou o seu apoio ao Presidente Nicolás Maduro, negando que os protestos sejam pacíficos e apontando que houve uma tentativa de golpe de Estado.
Sobre o apoio dos militares a Maduro, Juan Guaidó destacou que o líder não tem apoio popular e não cumpre a Constituição.
“Maduro quer contar com a repressão, a força e, claro, a liderança das Forças Armadas”, avaliou.
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