A região da Acrópole, na Grécia, ficou fechada durante horas, as temperaturas dos oceanos bateram recordes na Croácia e há planos para alimentar animais de zoológicos com picolés na Itália – o sul da Europa está “assando” sob uma onda de calor “infernal”.
O Ministério da Cultura grego ordenou o fechamento da Acrópole, maior atração cultural do país, por cinco horas na tarde desta quarta-feira (17), obrigando os turistas que desejassem visitar o templo do Partenon a fazer fila no início da manhã. . A Cruz Vermelha distribuiu garrafas de água gelada e folhetos informativos aos que esperavam na fila.
“Terminamos a visita e saímos rapidamente, e agora vamos para áreas mais frescas, com mais bebidas para aproveitar o dia”, disse Toby Dunlap, que viajou da Pensilvânia e subiu até a Acrópole. “Está quente lá em cima, realmente está. Se você não vier preparado, você vai suar.”
O calor vem em grande parte de uma onda de ar quente vinda da África e, segundo as previsões meteorológicas, continuará até domingo (21). Estima-se que as temperaturas atinjam um pico de 43°C.
Segundo as autoridades, em Itália, dois bombeiros morreram apagando um incêndio na região de Basilicata, no sul do país.
As autoridades acrescentaram Palermo, na Sicília, à lista de 13 cidades italianas sob alerta de calor severo. Os idosos da cidade de Verona foram incentivados a ficar em casa, enquanto sprinklers automáticos contra incêndio foram instalados para resfriar os pedestres.
Em Roma, a turista Carmen Díaz, de Madri, tentou se refrescar com um ventilador na hora do almoço. “Está terrivelmente quente”, ela ressaltou. “Esses ventiladores também ajudam um pouco, mas faz muito calor.”
Para vencer o calor, o Zoológico de Roma planejou oferecer aos animais uma pausa para picolés no final desta semana, quando as temperaturas deverão ultrapassar os 38°C.
“Parece mesmo que estamos num forno com um secador de cabelo apontado para nós”, declarou Patrizia Valerio, que havia acabado de chegar a Roma, vinda de Varese, para assistir a um show do Coldplay na noite de terça-feira (16).
O seu colega Mattia Rossi observou que as estranhas tempestades que atingiram a Itália no início deste Verão eram provas de que as alterações climáticas estavam a causar estragos nos sistemas climáticos do sul do Mediterrâneo.
“Todos estes são sintomas de um planeta que está sofrendo, na minha opinião”, continuou Rossi.
Segundo os cientistas, a crise climática, impulsionada principalmente pela queima de combustíveis fósseis pelo homem, influencia todas as ondas de calor do planeta, tornando-as mais longas, frequentes e intensas.
Alertas de calor também estão em vigor nas cidades dos Balcãs.
Na Croácia, as autoridades relataram as temperaturas mais altas historicamente registadas no Mar Adriático, que fica entre o país e a Itália, com o termómetro a atingir quase 30°C na cidade de Dubrovnik, no sul, o ponto turístico mais popular do país.
Na Sérvia, a estatal de energia reportou consumo recorde nesta terça-feira (16) devido ao uso de ar condicionado.
Na Albânia, o calor levou o governo a reorganizar o horário de trabalho dos funcionários públicos, facilitando o trabalho a partir de casa para alguns.
A Macedónia do Norte enfrentou dezenas de incêndios florestais, um dos quais se estendeu por quase 30 quilómetros. Aviões de combate a incêndios da Sérvia, Montenegro, Croácia, Roménia e Turquia responderam ao pedido de assistência do país.
A brutal onda de calor que atinge o sul da Europa poupou até agora Paris, que acolhe os Jogos Olímpicos no final deste mês. As temperaturas ficaram em 22°C nesta terça-feira (16), embora devam subir no final da semana e cair novamente após o fim de semana.
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