O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, fez sua primeira aparição pública na última sexta-feira (5) desde a tentativa de assassinato que sofreu em maio.
Na ocasião, ele se manifestou contra as ideologias progressistas e apoiou a visita do líder húngaro Viktor Orbán a Moscou, na Rússia, em cerimônia noturna que marcou o Dia dos Santos Cirilo e Metódio, feriado no país.
Fico, quatro vezes primeiro-ministro de esquerda, regressou ao governo do país depois de vencer as eleições em Setembro do ano passado.
Ele foi atacado enquanto cumprimentava o público após uma reunião do governo na cidade de Handlova, no centro da Eslováquia.
O ataque aprofundou a polarização no país da Europa Central de 5,4 milhões de habitantes.
O governo nacionalista de esquerda de Fico mudou rapidamente as suas políticas desde que assumiu o poder no ano passado, incluindo a alteração de algumas leis penais e o cancelamento de um gabinete do procurador especial, a transformação da emissora pública e a suspensão da ajuda militar estatal à Ucrânia.
Os partidos da oposição lutaram contra o governo de Fico por causa das mudanças, enquanto a União Europeia notou qualquer dano ao Estado de direito ou à liberdade dos meios de comunicação social.
Na sexta-feira, ele atacou ideologias progressistas e liberais que, segundo ele, estavam “se espalhando como um câncer” e prejudicando o país.
“Não quero que a Eslováquia esteja entre os países que fazem uma caricatura da civilização ocidental”, disse ele.
Seu agressor, um homem identificado pelos promotores como Juraj C., de 71 anos, foi preso e acusado de tentativa de homicídio. Esta semana, os promotores classificaram o caso como um ataque terrorista.
No início do mês, numa mensagem de vídeo publicada nas redes sociais, o chefe de Estado chamou o seu agressor de “ativista da oposição”, mas reiterou que não sentia ódio por ele e que não iria pedir indemnização.
O homem detido, segundo documentos judiciais, disse que queria ferir o primeiro-ministro, mas não matá-lo porque discordava das políticas governamentais.
Fico enfrentou críticas por suas opiniões tendenciosas em relação à Rússia.
Ainda na sua primeira aparição pública, reiterou o pedido de negociações de paz no conflito Ucrânia-Rússia. Ele também disse que teria se juntado a Orbán, que enfrentou protestos de alguns líderes da UE por causa de seu encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, em sua visita a Moscou, se a saúde permitisse.
“Não há negociações de paz suficientes, repito, não são suficientes”, disse Fico
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