As autoridades francesas registraram mais de 50 ataques físicos a candidatos durante a campanha eleitoral, disse o ministro do Interior do país, Gérald Darmanin, nesta sexta-feira (5).
Isto surge num momento em que crescem as preocupações sobre a violência política antes das eleições parlamentares em França.
“Esta campanha é curta, menos de três semanas. Porém, contabilizamos 51 candidatos, deputados ou apoiadores que foram agredidos fisicamente. Não estou contando ataques verbais aqui”, destacou Darmanin à BFM TV, rede afiliada da CNN.
Os ataques variaram de menos graves a “extremamente graves”, destacou Darmanin, acrescentando que alguns candidatos foram hospitalizados devido aos ferimentos.
Cerca de trinta pessoas foram detidas e levadas para interrogatório relacionadas com os ataques, acrescentou o ministro.
Policiamento reforçado e tensão
A França tem lutado com grande tensão nas vésperas das eleições deste domingo (7).
Mais de 30.000 policiais foram destacados para garantir que nem a extrema esquerda nem a extrema direita tenham sucesso em “criar desordem”, disse Darmanin no início desta semana.
Os políticos alertaram por vezes que uma vitória da extrema direita poderia desencadear enormes protestos nas ruas.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse anteriormente que uma “guerra civil” poderia estourar se a extrema esquerda ou a direita vencesse por uma grande margem no segundo turno deste domingo.
Ataque à porta-voz do governo
Prisca Thevenot, porta-voz do governo francês, e sua equipe foram agredidas durante a campanha na noite desta quarta-feira (3).
Entretanto, Marie Dauchy, membro do National Rally (RN), que concorre no distrito eleitoral sudeste de Savoie, optou por suspender a sua campanha depois de ter dito que foi atacada fisicamente enquanto fazia campanha num mercado.
Em Cherbourg, Nicolas Conquer, candidato republicano de centro-direita, fez uma denúncia formal após supostamente ter sido atacado por ativistas de esquerda na segunda-feira (1º).
ameaça terrorista
A ameaça terrorista no país “continua extremamente forte”, alertou na sexta-feira o ministro do Interior, acrescentando que recentemente ocorreram várias detenções em dois locais.
Embora ambos os incidentes “possam ser qualificados como terroristas”, precisam de ser formalmente classificados desta forma pelo procurador nacional antiterrorismo, acrescentou Darmanin.
Liderança da ultradireita nas eleições
O RN, partido da decana ultradireitista Marine Le Pen, liderou o primeiro turno das eleições parlamentares francesas no último domingo (30), aproximando-o mais do que nunca dos que estão no poder.
Após uma participação excepcionalmente elevada, o bloco RN obteve 33,15% dos votos, enquanto a coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP) ficou em segundo lugar, com 27,99% dos votos, de acordo com os resultados finais publicados pelo Ministério da Educação. Interior na segunda-feira.
A aliança Ensemble de Macron ficou em terceiro lugar com 20,76%.
Embora o RN pareça estar no bom caminho para conquistar o maior número de assentos na Assembleia Nacional, pode ficar aquém dos 289 assentos necessários para uma maioria absoluta, sugerindo que a França pode estar a caminhar para um Parlamento dividido e para mais incerteza política.
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