Nigel Farage, uma figura proeminente da extrema direita do Reino Unido, causou indignação entre os seus oponentes políticos depois de afirmar que o Ocidente “provocou” a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Farage, que lidera o partido político Reformista do Reino Unido, em rápido crescimento e foi uma figura chave no Brexit, tenta ganhar um assento no parlamento britânico pela primeira vez nas eleições gerais do Reino Unido, marcadas para 4 de julho.
Durante entrevista à BBC nesta sexta-feira (21), Farage foi questionado se mantinha a posição expressa em um tweet de fevereiro de 2022, no qual qualificava a decisão de Putin de invadir a Ucrânia de “consequência da expansão da União Europeia (UE) e OTAN”.
“Por que digo isso? Para mim era óbvio que a contínua expansão da OTAN e da União Europeia para leste estava a dar a este homem [Putin] uma razão para dizer ao seu povo russo que eles estão vindo atrás de nós novamente e para ir à guerra”, disse ele ao jornalista da BBC Nick Robinson.
“Provocámos esta guerra – claro que a culpa é dele – ele usou o que fizemos como desculpa”, acrescentou Farage.
Nigel Farage, um antigo parlamentar da UE, afirmou ser “a única pessoa na política britânica” a prever a invasão da Ucrânia.
Após sua aparição na BBC, Farage acessou o X, o antigo Twitter, e esclareceu seus comentários. “Sou uma das poucas figuras que tem sido consistente e honesta sobre a guerra com a Rússia”, escreveu ele. “Putin errou ao invadir uma nação soberana e a UE errou ao expandir-se para leste.”
O primeiro-ministro Rishi Sunak reagiu aos comentários hoje em conversa com jornalistas. “O que ele disse foi completamente errado e apenas faz o jogo de Putin”, disse Sunak. “Este tipo de apaziguamento é perigoso para a segurança do Reino Unido.”
O ex-secretário conservador de Defesa Ben Wallace falou no programa Today da BBC sobre os comentários de Farage, onde chamou o líder reformista de “um pouco como aquele chato de bar que todos conhecemos no final do bar, que muitas vezes diz ‘Oh, não, se eu Estávamos no comando do país’ e apresenta respostas muito simplistas para problemas complexos que infelizmente enfrentamos no século XXI.”
O líder trabalhista Keir Starmer também respondeu aos comentários de Farage, chamando-os de “vergonhosos” numa entrevista à Sky News.
“Penso que qualquer pessoa que queira concorrer a ser representante no nosso parlamento deve deixar bem claro que, quer se trate de uma agressão russa no campo de batalha ou online, somos contra essa agressão. Isto é apoiar a Ucrânia e também defender a nossa liberdade”, disse ele.
“Estes são comentários vergonhosos, que revelam a verdadeira face de Nigel Farage: um apologista de Putin a quem nunca se deve confiar a segurança da nossa nação”, escreveu John Healey, deputado trabalhista e secretário paralelo da defesa.
Acrescentou que Farage “demonstrou que prefere lamber a bota de Vladimir Putin a defender o povo da Ucrânia”.
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