A primeira tempestade nomeada da temporada de furacões no Atlântico de 2024 deixou quatro mortos, incluindo três crianças, segundo as autoridades mexicanas. A tempestade Alberto enfraqueceu para uma depressão tropical à medida que se move para o interior vindo do nordeste do México.
O sistema traz fortes chuvas e inundações para a região.
O governador do estado mexicano de Nuevo León disse à imprensa local na noite de quarta-feira que pelo menos três pessoas com menos de 18 anos morreram devido à tempestade.
Na manhã desta quinta-feira (20), a proteção civil havia relatado uma quarta morte devido a um choque elétrico, informou a mídia local mexicana.
Uma das vítimas foi posteriormente identificada pelos serviços de emergência como um menino de 15 anos arrastado por uma corrente nos arredores de Monterrey, a terceira maior cidade do México, no estado de Nuevo León, onde o rio Santa Catarina inundou.
A tempestade, no entanto, trouxe a tão necessária chuva para partes do México, onde alguns dos reservatórios tinham níveis de água tão baixos quanto 8% devido a uma seca prolongada e a uma onda de calor no verão.
Brett Anderson, meteorologista sênior da AccuWeather, disse que o calor extremo e a seca vividos pelo México se tornarão mais normais devido às mudanças climáticas, citando temperaturas acima das médias históricas na capital, Cidade do México.
Prevê-se também que as alterações climáticas contribuam para mais tempestades no Atlântico nesta temporada de furacões, uma vez que as águas oceânicas mais quentes permitem que as tempestades se intensifiquem mais rapidamente.
O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) disse que a tempestade continuará a trazer fortes chuvas e inundações a partes do nordeste do México, provavelmente produzindo “inundações repentinas urbanas consideráveis” e deslizamentos de terra possivelmente fatais.
Grande parte da costa do Texas também poderá continuar a sofrer inundações moderadas, de acordo com o serviço meteorológico.
A tempestade atingiu o continente nesta quinta-feira (20), próximo à cidade mexicana de Tampico e segue em direção ao oeste do país a 30 km/h, com ventos de até 55 km/h, informou o NHC.
Mortes após fortes chuvas na América Central
Os meteorologistas alertaram que Alberto, que trouxe chuvas e tempestades no Golfo do México, também estava interagindo com formações no Pacífico, despejando mais chuva na América Central e causando inundações e deslizamentos de terra.
Pelo menos 25 mortes foram relatadas na América Central desde que fortes chuvas atingiram o continente no fim de semana passado.
Cerca de 17 pessoas morreram em El Salvador, oito na Guatemala e uma nas Honduras, onde as autoridades afirmaram que mais de 900 pessoas foram evacuadas das suas casas.
As autoridades guatemaltecas afirmaram, nesta quinta-feira (20), que 370 pessoas permaneceram em abrigos temporários e que quase 300 casas sofreram graves danos.
“A crise climática está a tornar os eventos climáticos extremos, como furacões e tempestades tropicais, mais frequentes e graves”, disse a conselheira regional da Save the Children, Moa Cortobius.
“Cerca de 35 milhões de crianças vivem em áreas expostas e estão em risco nesta temporada do Atlântico”, acrescentou Cortobius.
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