O governo canadense, pressionado para revelar nomes de parlamentares que supostamente atuariam como agentes de outras nações, cedeu às exigências da oposição para encaminhar o assunto a um inquérito especial nesta segunda-feira (10).
Um comité de legisladores que se concentra em questões de segurança disse na semana passada que algumas autoridades eleitas participaram “intencionalmente ou semi-intencionalmente” em operações de interferência estrangeira.
As acusações incluem a divulgação de segredos canadenses a outros países.
O episódio pressionou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, acusado pela oposição de adotar uma abordagem negligente à segurança nacional.
O governo liberal afirma que nomear os deputados infringiria a lei, acrescentando que caberia à polícia investigar.
A comissão, que citou informações sensíveis dos serviços secretos do Canadá, disse que não conseguia identificar os parlamentares ou o partido político a que pertenciam.
Os políticos da oposição começaram a debater uma moção que propõe que o assunto seja entregue a um inquérito independente que já está a investigar a interferência estrangeira.
O ministro da Segurança Pública, Dominic LeBlanc, disse concordar com a proposta, pois o inquérito já teve acesso aos documentos citados pela comissão de parlamentares.
“Acreditamos que esta é uma forma responsável de proceder, e não simplesmente anunciar ilegalmente uma lista de nomes”, disse LeBlanc à Câmara Baixa eleita da Câmara dos Comuns. O político não se comprometeu a citar nomes.
Os conservadores oficiais da oposição – que as sondagens mostram estarem preparados para uma vitória eleitoral fácil – acusam o primeiro-ministro canadiano Trudeau de adoptar uma abordagem negligente à segurança.
Eleições nacionais que devem ser realizadas até ao final de outubro de 2025.
“Certos membros desta Câmara agiram no melhor interesse de regimes estrangeiros hostis que interferiram na democracia do Canadá. Esta é uma traição repugnante aos canadenses que nos elegeram”, disse o deputado do partido Jasraj Singh Hallan à Câmara.
No relatório da semana passada, a comissão de parlamentares afirmou que a Índia e a China eram as principais ameaças estrangeiras às instituições democráticas do Canadá.
O inquérito independente anunciou no mês passado que encontrou provas de interferência estrangeira nas duas últimas eleições federais do Canadá. Mas disse que os resultados da votação não foram afectados e que o sistema eleitoral foi resiliente.
A principal agência de espionagem do Canadá disse no mês passado que a interferência eleitoral chinesa tinha o potencial de minar a democracia canadense. Pequim nega acusações de interferência.
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